Gilles Lalay, algures no deserto do Sahara, em descanso, no Dakar em que viria a encontrar a sua morte. O motard francês foi um dos melhores do seu tempo, principalmente no Enduro. Dez vezes campeão francês, ganhou por três vezes o Rali do Atlas e em 1989 foi o campeão das motos no Dakar. Era um "motard" empenhado e algo proteccionista, mas do qual tinha imensos admiradores.
Há um episódio dele que mostra a sua paixão pelo Enduro. Em 1985, no Mundial ISDE (Seis Dias de Enduro) a França não apresenta uma equipa. Sendo uma potência, essa foi uma decisão chocante, mas isso não impediu que Lalay, então com 23 anos, fosse lá como individual, e saísse de lá... como vencedor.
Ele gostava de desafios, e o Dakar era o maior deles todos. Em 1992, estava na equipa oficial da Yamaha, pronto para enfrentar as motos de equipas como a Honda, por exemplo. O Rali corria relativamente bem a ele, mas a 7 de janeiro (fez ontem 25 anos), Lalay estava na região do Lubombo, no Congo-Brazaville viu um carro da organização e não teve tempo de se escapar. Teve morte imediata. Tinha 29 anos.
O legado de Lalay é enorme, e o maior de todos é quando é feito o "Lalay Classic", que é uma das mais populares e duras provas de Enduro existentes. Enquanto esteve vivo, Gilles considerava que as provas de Enduro estavam a ficar crescentemente "fáceis", e planeou fazer uma competição onde chegar ao fim era o grande prémio, depois de passar pelo "pior" que os elementos lhe poderiam dar, em meros 200 quilómetros, de Limoges a Peyrat-Le-Chateau, na provincia de Haute-Vienne. E tinha um tempo para chegar: meia-noite. O "Gilles Lalay Classic" arrancou já depois da morte do piloto, mas até hoje, todos consideram como o mais duro do mundo. Esse é o seu maior legado.
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