“Sem esse tipo de pessoas, duvido que a Fórmula 1 ainda tivesse ido agora”, começou por dizer Ecclestone em declarações captadas pela Reuters. “Provavelmente a Ferrari teria parado e acabado. Não há muitos dos veteranos agora – aqueles que estavam com as equipas quando começaram. Podia-se comprar um motor e uma caixa de velocidades [naqueles dias]. Não era preciso investir milhares de milhões e ter 1.000 pessoas a trabalhar para si. Frank era especial como pessoa e isso notou-se na forma como ele continuava. As coisas nunca foram realmente más no que respeita a Frank, ele nunca se queixou das coisas. Prosseguiu da melhor maneira que pôde. E essa é a razão do seu sucesso. Ele foi um piloto de corridas. Ele estava sempre à frente do jogo. Ele sabia de camisolas de caxemira quando eu nunca tinha ouvido falar de caxemira. Era o Frank”, continuou.
“Ele dizia-me ‘Podias emprestar-me 2.000 libras’. E eu diria que sim. E ele dizia: ‘Pago-te em 10 dias’. Tão certo como tudo, Frank voltaria em 10 dias com 2.000 libras. Ele falava de qualquer coisa e, pouco antes de ir, dizia: ‘Será que me pode ajudar? Acha que me podia emprestar 2.500 libras? Eu pago-lhe em 10 dias”. E foi assim que trabalhámos com o Frank. Eu confiaria a minha vida a ele”.
Ecclestone recordou ainda o seu acidente em 1986, onde ficou paralisado do pescoço para baixo, e a conversa com Sid Watkins, o médico da Formula 1, sobre as suas chances de sobrevivência, do qual o médico lhe deu uma perspetiva sombria.
“Eu disse ‘Quanto tempo vai isto durar?” e ele [Watkins] disse ‘Penso que ele vai ficar aqui durante seis meses a olhar para o tecto’. Eu disse ‘Vai ele sobreviver a tudo isto?' e ele disse ‘Acho que não’. E Sid realmente sabia [a ciência]. Como sempre, Frank provou que todos estavam errados. Já não se fazem pessoas como o Frank”, concluiu.
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