sexta-feira, 3 de novembro de 2023

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A corrida final de 1968 acontecia mais tarde que o habitual. E a razão era que... existiam eventos mais altos que o Grande Prémio.

Naquele ano de 1968, México recebia os Jogos Olímpicos, que aconteciam um pouco mais tarde no verão, e calhariam mesmo em cima da data habitual do Grande Prémio. Logo, concordou-se em adiar por uma semana a data da corrida, em relação aos eventos do ano anterior, porque a cerimónia de encerramento tinha acontecido a 26 de outubro, no dia em que iria ser o Grande Prémio.

E nessa corrida, três pilotos tinham uma chance de sair de lá como campeões: Graham Hill, o líder, com 39 pontos, triunfador em Espanha e no Mónaco, mas muito regular; Jackie Stewart, com 36 pontos, que tinha ganho a corrida anterior, em Watkins Glen, e estava em ascensão, no seu Matra-Cosworth, tendo conseguido três vitórias, e ainda por cima, tinha alcançado algumas em circunstâncias muito difíceis, como na Alemanha.

E ainda havia Dennis Hulme, o campeão de 1967, num Brabham, e se calhar um dos pilotos mais improváveis de estar por ali. Pelo menos, se contássemos com o inicio do ano. Mas a McLaren tinha sido a grande surpresa da temporada, e o M7A, o chassis, era bem equilibrado. As suas vitórias em Itália e no Canadá o colocaram com uma chance matemática de revalidar o título, mesmo que tivesse desistido na corrida anterior, em Watkins Glen. Ainda chegou a haver um quarto candidato, o belga Jacky Ickx, no seu Ferrari, mas um acidente em Mont-Tremblant causo-lhe uma fratura na perna e as suas chances tinham-se evaporado. 

Tudo isso no ano que tinham perdido Jim Clark, Mike Spence, Ludovico Scarfiotti e Jo Schlesser. E por causa desse último, a Honda faria ali a sua última corrida como construtora, regressando quase 40 anos depois, não sem antes ter ensaiado uma presença como fornecedora de motores, entre 1983 e 1992.

Graham Hill não tinha tido uma temporada fácil. Ele era a "cola" que unira a Lotus após a morte de Jim Clark. Era ele que fazia a máquina continuar, perante os maus dias que Colin Chapman passava com a perda do seu amigo e seu piloto. As vitórias em Jarama e Mónaco, curiosamente, corridas onde Jackie Stewart esteve ausente por causa de um acidente, onde fraturou o seu pulso direito, foram decisivas na continuação do projeto Lotus na Formula 1, e também nas aspirações de Hill ao título. Ele, que já caminhava para os 39 anos de idade. 

A corrida mexicana tinha esta expectativa, especialmente porque acontecia um mês depois de Watkins Glen, o que deu tempo para Ickx recuperar da sua fratura, e alinhar no seu Ferrari. Foi apenas 15º na grelha e desistiu na terceira volta, com problemas na ignição do seu carro. 

Quanto foi dada a bandeira verde, Hill foi para a frente, passando Jo Siffert, o poleman. Contudo, pouco depois, Stewart ficou com o comando, mas na décima volta, ambos já não tinham mais de se preocupar com Dennis Hulme, pois sofrera um acidente causado pela quebra da sua suspensão. O primeiro candidato tinha ficado de fora.

Pouco depois, era a altura de Stewart ter problemas no seu carro, por causa do seu motor começar a não funcionar bem. Atrasou-se, arrastou-se no pelotão e Hill ficava cada vez mais em primeiro, apesar de ter cedido temporariamente o comando para Jo Siffert, no outro Lotus. Contudo, este atrasou-se quando um cabo do acelerador quebrou-se, indo às boxes, deixando o britânico no comando praticamente até à meta, onde cortou com um avanço de 1.19 minutos sobre Bruce McLaren. Jackie Stewart foi sétimo, fora dos pontos, e a pensar que se calhar, teria melhor sorte no futuro.      

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