Mas se Austin é uma coisa e Miami outra, Las Vegas é especial. É uma aposta pessoal da Liberty Media, gastaram até 450 milhões de dólares no produto, queram ganhar cerca de mil milhões de dólares com isto, mas... estamos na sexta-feira à noite e está tudo a correr mal. Os pilotos estão enfadados - os títulos foram entregues, estão a cumprir calendário e não estão a ter um bom período de sono há uns tempos - e para piorar as coisas, o circuito não está a ser gostado por eles e no primeiro treino livre, uma tampa de água atingiu o Ferrari de Carlos Sainz Jr, destruindo o carro - até o assento do piloto ficou danificado! - mostrando que foram negligentes em relação a essa parte da segurança. Por causa disso, o segundo treino livre aconteceu às duas da manhã de sexta-feira... e sem espectadores. Os que pagaram 200 dólares para verem isso tiveram seguranças a enxotá-los das bancadas. E ficaram seis horas ao frio para verem quase nada!
Claro, o luminoso balão do fracasso agora paira no ar. Já não bastava o ar frio do deserto, agora, todos estes problemas e polémicas só adicionam pirotecnia num "cocktail" potencialmente explosivo. E a resposta da Liberty Media às queixas dos espectadores é um "shit happens", com um voucher de 200 dólares. Juro que não estou a inventar, está no comunicado oficial!
Eis a América no seu pior, a terra da ganância.
Uma coisa boa na qualificação noturna: a temperatura estará mais amena, entre os 15 e os 17ºC, logo, os pneus portar-se-ão melhor, ou seja, aquecerão mais rapidamente. Pelo menos uma boa noticia no meio das más.
Com o Q1 a arrancar, a horas, Kevin Magnussen foi o primeiro a andar de verdade e marcar uma volta digna desse nome. Mas logo a seguir surgiram os primeiros nomes de relevo: . Max Verstappen colocou 1.34,987 na tabela para abrir os trabalhos da Red Bull, antes de Charles Leclerc confirmar o andamento nos treinos livres: 1.34,072. Carlos Sainz era sete décimos mais lento.
No final, as surpresas entre os eliminados. Lando Norris e Oscar Piastri foram eliminados, fazendo companhia ao Alpine de Esteban Ocon, o Sauber-Alfa de Guanyou Zhou e o Alpha Tauri de Yuki Tsunoda.
Poucos minutos depois, passou-se à Q2. Demorou algum tempo entre a lux verde e os primeiros tempos, com os tempos mais rápidos, mas Sergio Pérez era dos poucos pilotos a iniciar o segundo segmento com pneus novos macios, e conseguiu um tempo... um milésimo mais rápido que Leclerc. Fernando Alonso reagiu, também com um jogo novo de pneus e registou 1.33,880, deixando o mexicano da Red Bull a 85 milésimos.
Com a passagem dos carros, a pista começou a melhorar e os tempos começaram a baixar. Os Ferrari aproveitaram e voltaram a registar tempos ainda melhores: Leclerc conseguiu o registo de 1.32,834, enquanto Sainz ficou a 504 centésimos do seu companheiro de equipa. Nesta altura, Verstappen ficou a 773 centésimos do piloto monegasco.
Na parte final, os tempos começaram a cair tão rapidamente que "Checo" Pérez, parado nas boxes, ficava de fora dos 10 primeiros, queixando-se de ter parado cedo demais. Mas não foi a única surpresa: Lewis Hamilton sempre andou discreto e acabou de fora, na 11ª posição, atrás do Sauber-Alfa de Bottas. Nico Hulkenberg, Lamce Stroll e Daniel Ricciardo faziam-lhes companhia.
E agora, era a Q3, a parte final da qualificação.
Mas o mais surpreendente aconteceria atrás: se Russell era quarto, os Williams conseguiam melhor, com Alex Albon e Logan Sargent a serem quinto e sexto - o americano com a sua melhor posição da grelha de sempre - na frente de Pierre Gasly, quarto no seu Alpine. Bottas foi sétimo, na frente de Kevin Magnussen e Fernando Alonso.
E definitivamente, foi uma qualificação muito normal para toda a agitação que aconteceu mais atrás. Resta esperar e torcer que a corrida seja tão agradável como a qualificação, porque senão...
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