quinta-feira, 6 de junho de 2024

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Mário Andretti não nasceu na América, mas foi a América que concretizou o seu sonho. Quando chegou, em 1955, com a sua família, tinha o sonho de ser piloto, depois de ter visto, com o seu irmão gémeo Aldo, o GP de Itália e ver correr o seu ídolo automobilístico, Alberto Ascari. 

No inicio dos anos 70, Andretti já tinha ganho as 500 Milhas de Indianápolis e se estreado na Formula 1, primeiro pela Lotus, depois pela Ferrari. Em 1974, era piloto da Parnelli, uma equipa montada por outro vencedor das 500 Milhas, Parnelli Jones, em conjunto com Velko "Vel" Miletich. Tinham contratado um projetista, Maurice Philippe, que tinha ajudado a desenhar dois dos mais marcantes carros da Lotus: o 49 e o 72, ao lado de Colin Chapman. Philippe fez um carro para a IndyCar, mas Andretti tentou convencer os seus patrões para construir um carro para a Formula 1, especialmente que a equipa tinha um patrocínio generoso da Firestone, a marca local de pneus. 

E assim começou a aventura de Jones na Formula 1. Que durou uma temporada completa e mais duas parciais, e abriu caminho para, não só o regresso de Andretti à Europa, como também para chegar ao seu ambicionado campeonato do mundo.

O Parnelli VPJ4, desenhado por Philippe, estrou-se no GP do Canadá de 1974, preparando-se para uma temporada inteira em 1975. Um sétimo lugar em Mosport e um terceiro posto na grelha em Watkins Glen. Contudo, no final dessa temporada, a Firestone decidiu abandonar a Formula 1, ficando com pouco financiamento para 1975. Apenas com Andretti como piloto, ele correu sempre que as corridas na América não coincidiam com as da Europa. Nas cinco primeiras corridas dessa temporada, não conseguiu pontos, mas em Montjuich, Andretti, que partira de quarto na grelha, chegou a andar na liderança durante sete voltas, e marcou a melhor volta da corrida, antes de de despistar na volta 16.

Os primeiros pontos foram conseguidos na Suécia com um quarto lugar, seguidos por um quinto duas corridas depois, em França. Contudo, à medida que a temporada avançava, Parnelli Jones achava que a aventura europeia era mais um peso e uma maneira de manter Andretti contente, e assim, começou a não substituir mecânicos ou a comprar peças. Contudo, no final do ano, tinham conseguido cinco pontos e o décimo lugar no campeonato de Construtores. Mesmo assim, continuaram em 1976, correndo com a versão "B" do carro.

Sem patrocinadores, conseguiu um ponto no GP da África do Sul, a segunda corrida do ano. Mas na seguinte, em Long Beach, Andretti ouviu da boca de Chris Economaki, um dos repórteres da ABC americana, que queria uma reação ao anuncio da retirada da equipa após aquela corrida. Surpreso, porque nem Parnelli, nem Miletich não lhe tinham dito nada, Andretti respondeu com um: "pode ser a última corrida para eles, mas não para mim". Decidiu abandonar a equipa e concentrar-se somente na Formula 1. Sorte dele: no dia seguinte, cruzou-se com Colin Chapman no átrio do hotel onde estava hospedado e assinou pela Lotus, que procurava um piloto. Dali a dois anos e meio, ele seria campeão do mundo.

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