Uma semana depois de Sebastian Vettel e a Red Bull ficar com ambos os tetracampeonatos nos seus bolsos, máquinas e pilotos rumavam para Abu Dhabi para cumprir calendário. Faltam agora três corridas para o final da temporada, e tal como em 2011, o ambiente já deveria estar bem mais descontraído, agora que tudo estava resolvido, e começando a pensar no que vinha para 2014. Descontraído para uns... e não tão descontraído para outros, especialmente na Lotus, onde Kimi Raikkonen lentamente colocava a boca no trombone, reclamando de salários por pagar e ameaçando com um abandono precoce da equipa onde está a correr, caso não regularizassem os salários o mais depressa possível. Desde o incidente da semana passada que muitos achavam que a relação estava estragada, mas os eventos de quinta-feira, mais as confissões do dia seguinte faziam pensar que a relação já estava desfeita e que esta poderia ser a última corrida do finlandês.
Era com este ambiente que máquinas e pilotos partiam para a qualificação de Abu Dhabi. Querendo ser uma corrida única, desde 2010 que os árabes decidiram que esta seria uma corrida ao "lusco-fusco", seguindo o horário europeu, com o sucesso que é medido pelo dinheiro investido pelo governo local, tentando rivalizar com a sua irmã Dubai. Mas na pista propriamente dita, a Q1 não teve grandes problemas, com todos os pilotos da frente a fazerem os seus tempos, enquanto que na cauda do pelotão, com Jules Bianchi a cumprir uma penalização de cinco lugares, os do costume ficavam nos seus lugares, desta vez com a Caterham a levar a melhor sobre a Marussia, enquanto que o Force India de Adrian Sutil e o Sauber de Esteban Gutierrez a serem os azarados da vez.
A Q2 teve mais interesse na sua parte final. Enquanto que Nico Rosberg e Sebastian Vettel se davam ao luxo de dispensarem uma volta final para confirmar a sua passagem para a Q3, o resto tentava a sua sorte. E no final havia duas enormes surpresas: Button era apenas 13º e estava de fora, mas dois lugares mais acima estava... Fernando Alonso! Já está a ser normal ver o piloto espanhol atrás do brasileiro na qualificação, mas pela primeira vez nesta temporada, o piloto da Ferrari estava de fora da Q3. É verdade que a sua volta não foi famosa, mas quando se vê que o brasileiro conseguiu apenas o décimo melhor tempo a bordo do outro carro da Scuderia, pode-se ver que as coisas em Maranello andam muito mal. Presumo que eles já pensam em 2014...
Passado para a Q3, as coisas começaram com os Mercedes a tentarem dar um ar da sua graça, antes de Sebastian Vettel marcar o seu tempo e ficar à frente deles. Parecia que o filme das outras qualificações iria repetir-se, mas nos minutos finais, Mark Webber decidiu puxar dos galões e fazer um tempo-canhão, que o colocasse na "pole-position". E assim foi, com um tempo abaixo do um minuto e 40 segundos, fazendo a sua segunda pole-position na temporada e batendo Vettel pela primeira vez desde o GP do Japão, e igualando o seu compatriota Jack Brabham no número de "poles", deixando Vettel no segundo posto.
O engraçado é que Webber faz a sua volta canhão no preciso momento em que Lewis Hamilton perde o controlo numa das curvas do circuito de Abu Dhabi, mas não é o suficiente para incomodar os pilotos que iam nas suas voltas mais rápidas. E assim, a Red Bull ficou com o monopólio da primeira fila - nada de anormal - mas agora, com as ordens trocadas. Logo a seguir estavam os Mercedes - pois mesmo com a saida de Hamilton, este manteve o quarto posto - e Kimi Raikkonen era o quinto na grelha, na frente do Sauber de Nico Hulkenberg. Romain Grosjean era o sétimo, na frente de Felipe Massa. O "top ten" era encerrado com o McLaren de Sergio Perez e o Toro Rosso de Daniel Ricciardo.
Claro que domingo de corrida é diferente, pois vai depender de quem arrancar melhor, mas parece que mesmo com o tetra nos bolsos, nem Vettel, nem a Red Bull não querem deixar de ser competitivos em Abu Dhabi.
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