A Formula 1 chegava à sua primeira grande chance de resolver tudo a favor de Sebastian Vettel. Em paragens indianas, num "tilkódromo" que em breve será abandonado às vacas, o piloto da Red Bull necessitava de apenas dez pontos para poder ser coroado campeão do mundo pela quarta vez consecutiva, o que seria (mais) um recorde batido pelo alemão. E ao chegar à India, havia mais uma curiosidade: como desde 2011 que Sebastian Vettel liderou todas as voltas neste circuito indiano, a hipótese de que o mesmo se repetir pela terceira vez consecutiva era bem real.
A largada começou com Vettel a abrir a liderança, enquanto que atrás, via-se Felipe Massa a conseguir fazer uma excelente largada e a conseguir na terceira curva na... segunda posição, na frente das Mercedes! Atrás, Mark Webber perdia posições para Kimi Raikkonen e Nico Hulkenberg, e andava aos toques com o finlandês e com Fernando Alonso, que danificou a sua asa e arrastava-se no meio do pelotão.
Mas na volta 2, Vettel... ia para as boxes! Ele tinha pneus moles e tinha de os livrar o mais depressa possivel, e isso o faz cair para quase a cauda do pelotão, dando a Felipe Massa a liderança da corrida, o que era algo inédito, provavelmente desde os tempos de 2010. Atrás, acontecia a primeira desistência, com o Caterham de Giedo van der Garde a levar com o Marussia de Max Chilton.
As voltas seguintes vimos pilotos a livrarem-se dos pneus moles e colocar os pneus médios, pois eles tinham provado a sua durabilidade no circuito indiano. A classificação ficou confusa nas primeiras voltas, com Massa a parar na volta 8, por exemplo, dando a liderança para Webber, enquanto que Vettel ficava no meio do pelotão, tentando passar o mais possível.
Mas com as coisas a estabilizarem, Webber continuava na frente, com Massa a conseguir manter-se na frente dos Mercedes, enquanto que Vettel passava os pilotos à sua frente e a partir da volta 20, já era o segundo classificado, apenas com Webber à sua frente. Atrás, Alonso trancava-se no pelotão, lutando contra o Sauber do penalizado Esteban Gutierrez - que queimou a partida só como um "rookie" sabe fazer - pelo 14º posto...
Chegados ao meio da corrida, o grande motivo de interesse era a luta dos Mercedes para passar Felipe Massa, mas o brasileiro estava a fazer uma grande corrida, defendendo-se dos ataques dos carros alemães. Tanto que Nico Rosberg só se livrou do brasileiro da Ferrari... indo para as boxes. A partir dali, as coisas viraram-se para os Red Bull de Mark Webber e Sebastian Vettel, com Adrian Sutil e Kimi Raikkonen atrás. O finlandês passou o alemão da Force India na volta 37, ficando com o lugar mais baixo do pódio.
Mas na volta 41, o inesperado acontece, quando o alternador do Red Bull de Mark Webber acaba de ceder e o australiano encosta à berma, terminando a corrida por ali. Com isso, Sebastian Vettel regressava à liderança, com Raikkonen na segunda posição, bem distante do piloto alemão. E com isto, o alemão do Red Bull numero um tinha uma "auto-estrada" rumo ao título mundial.
Mas antes de virmos o inevitável, assistimos ao lento definhar de Kimi Raikkonen na pista, que não tinha pneus na parte final e viu desaparecer o seu segundo lugar para o resto do pelotão. Acabou por parar na penúltima volta, mas foi para fazer pouco mais do que a volta mais rápida. E também assistimos ao falhanço dos travões de Nico Hulkenberg, que assim viu escapar um oitavo lugar - e mais alguns pontos - tão perto do fim.
No final, Sebastian Vettel venceu aquela que deve ter sido a última corrida em paragens indianas por muito tempo. E com Fernando Alonso fora dos pontos pela primeira vez em três anos e meio - excluindo as desistências - o piloto da Red Bull era o campeão do mundo pela quarta vez consecutiva, juntando-se a outras duas lendas do automobilismo: Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher. Com 26 anos e 161 dias, ao alemão de Heppenheim constrói o seu caminho para virar uma lenda do automobilismo, numa idade tão precoce, batendo recordes. E comemorou em estilo: donuts na pista, atirando as luvas para a multidão.
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