Émile Levassor foi pioneiro em
tudo que mexeu no automobilismo. Esteve na primeira corrida, em Rouen. Foi o
primeiro grande vencedor, em Bordéus e como acontecia no seu tempo, foi também
foi construtor. Mas também passou para a história como a primeira fatalidade do
automobilismo, e também foi o primeiro automobilista ao qual foi erguido um
monumento, em Paris.
Nascido a 21 de janeiro de 1843,
em Marolles-en-Hurepoix, nos arredores de Paris, Émile Levassor frequentou a
École Centrale de Paris, e começou a interessar-se pela engenharia a partir de
1872, quando começou a trabalhar numa firma que fabricava máquinas para a
serralharia, liderada por Jean-Louis Périn. Ali, conheceu uma pessoa que
passaria a ser o seu amigo e parceiro de negócios para a vida: René Panhard.
Panhard e Levassor, pouco depois,
e aproveitando a morte de Périn, decidiram estabelecer um negócio próprio,
construindo motores a gás. As coisas corriam bem até que em 1887, conhecem
Edouard Sarrazin, que adquire os direitos de construir motores e carroçarias
Benz em França. Sarrazin escolhe-os para construir esses carros, mas somente em
1890 é que conseguem fazer os primeiros exemplares. Contudo, a licença termina
com a morte de Sarrazin, mas ambos têm o conhecimento e a tecnologia
suficientes para decidir construir carros. O primeiro Panhard e Levassor
aparece nas estradas em 1891, graças ao investimento de Louise Sarrazin, a
viúva de Edouard… e futura mulher de Émile Levassor.
O seu primeiro automóvel terá um
sistema que será seguido por mais de 30 anos: o “systeme Panhard” consistia de
um motor à frente, tração traseira, uma caixa de velocidades. Vendido com um
preço médio de 3500 francos, tornou-se num sucesso de vendas e a Panhard
tornou-se no maior rival da De Dion para ser o maior construtor de automóveis
de França e do mundo.
Ao contrário de Panhard, Levassor
gosta de experimentar os seus carros na estrada. Atento a este novo mundo
automóvel, um dos seus carros participa da corrida Paris-Rouen, em 1894, com
Alfred Vacheron ao volante. Mas no ano a seguir, com a corrida
Paris-Bordéus-Paris, é o próprio Émile Levassor que vai ao volante, sozinho,
num carro com dois lugares. No final ele domina a competição, mas como os
regulamentos só premeiam os carros com quatro lugares, ele fica apenas com o
segundo prémio. A 12 de novembro, Levassor está na casa do Conde De Dion, para
ser um dos fundadores do Automobile Club de France (ACF)
Em 1896, Levassor alinha na
corrida entre Paris-Marselha-Paris com o mesmo carro que lhe deu a vitória no
ano anterior. Ele irá dominar grande parte da prova, até que perto de Avignon,
ele se despista (para evitar atropelar um cão) e é cuspido do seu carro,
sofrendo ferimentos na cabeça. Mal ele sabia, mas tinha assinado a sua sentença
de morte. Com o seu mecânico a guiar o resto da viagem, Levassor terminou a
competição no terceiro lugar.
Apesar de ter participado numa
corrida em 1897, na zona de Marselha, Levassor nunca recuperou dos seus
ferimentos e acabou por morrer a 14 de abril desse ano, na sua casa, em Paris,
enquanto desenhava modificações nos seus carros. Tinha 54 anos.
Enterrado em Chartres, Levassor
já tinha sido condecorado em 1889 com a Legião de Honra. Mas foi em 1907 que
foi homenageado com uma escultura na entrada do Bois de Boulogne, que comemora
a sua vitória na corrida de 1895. Para além disso, Levassor têm uma rua em sua
memória em Paris.
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