É um dos últimos carros da série
“M”, e deverá ser provavelmente um símbolo da decadência da McLaren no final
dos anos 70. Quando em 1980, a Marlboro disse a Teddy Mayer para que se unisse
a Ron Dennis e à Project Four, a equipa lutava para não cair para trás no
pelotão, e o símbolo desses tempos é o M29, que também foi para a história como
o último chassis que não deu qualquer pódio à McLaren em 34 anos. Trinta e cinco anos depois, hoje falo desse chassis de um tempo de decadência.
O carro estreou-se no GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, com John Watson ao volante, e os resultados foram imediatos, com Watson a ser sétimo na grelha e quarto no final da corrida. Contudo, nas corridas seguintes, e apesar de ter pontuado constantemente, as melhoras em relação ao M28 não foram dramáticas e cedo começou a ficar para trás no pelotão. Para piorar as coisas, o seu companheiro de equipa, o francês Patrick Tambay, não conseguia marcar pontos nessa temporada, independentemente do carro que usava.
Apesar de tudo, o M29 era suficientemente bom para que Teddy Mayer decidisse que continuaria a ser o carro usado na temporada de 1980. Tambay era substituído por outro jovem francês, Alain Prost, e o seu talento imediatamente se fez sentir, conseguindo pontuar nas primeiras duas corridas do ano, enquanto que Watson consegue os seus primeiros pontos na quarta corrida da temporada, em Long Beach, numa prova em que Prost, lesionado nos treinos do GP da África do Sul, foi substituído pelo britânico Stephen South. Contudo, o britânico, que desconhecia o carro, não conseguiu qualificar-se para a corrida.
No meio do ano, projetou-se um novo carro, o M30, que caiu nas mãos de Alain Prost, mas sem grandes resultados. Enquanto isso, Watson continuou com o M29, alcançando apenas mais um quarto posto no Canadá, depois de Prost, ainda com o M29, ter conseguido um sexto lugar na Grã-Bretanha. No final do ano, e com a equipa a falhar um pódio pela primeira vez desde... 1967, a Marlboro, cada vez mais enfastiada com a decadência da equipa, apresenta um ultimato a Teddy Mayer: ou vende 50 por cento da equipa a Ron Dennis, ou abandona a equipa.
Dennis, um antigo mecânico da Brabham, tinha andado ao longo dos anos 70 a construir projetos automobilísticos, como a Rondel, para alcançar a Formula 1, sem grande sucesso. Contudo, em 1977, acertou a mão quando fez a Project Four e estava a ter sucesso na Formula 2, através de pilotos como os brasileiros Ingo Hoffman e Chico Serra, o italiano Andrea de Cesaris, o italo-americano Eddie Cheever, o britânico Stephen South e o irlandês Derek Daly. Com este último, tinha sido terceiro classificado no campeonato de 1979, apenas batido pelos March-BMW de Marc Surer e pelo Toleman de Brian Henton.
Dennis tinha ambições de chegar à Formula 1 com o seu Project Four, e tinha até contratado um engenheiro, John Barnard, para começar a projetar um carro nesse sentido. Sabendo disto, a Marlboro, que patrocinava ambos os projetos, exigiu que ambos se fundissem, porque não queria patrocinar a ambos. Assim sendo, Mayer aceitou e no inicio de 1981, ambos faziam parte da McLaren, e rapidamente Dennis impôs a sua vontade, com Barnard a desenhar aquele que viria a ser o MP4-1, que fundia ambas as equipas: McLaren e Project Four.
Contudo, no inicio de 1981, a equipa decidiu prolongar o uso do M29, que tinha melhores resultados em pista do que o M30 usado
por Prost. John Watson e o novo recruta trazido por Dennis, o italiano Andrea
de Cesaris, usaram o M29 nas primeiras corridas do campeonato até que estivesse
pronto o MP4-1, desenhado pelo novo projetista da equipa, o britânico John
Barnard. E esse iria ser o chassis que começaria a colocar a equipa no seu
devido lugar no seio do pelotão.
Ficha Técnica:
Chassis: McLaren
M29
Projetista: Gordon Coppuck
Motor: Ford
Cosworth DFV V8 de 3 litros
Pneus: Goodyear
Pilotos: John
Watson, Patrick Tambay, Alain Prost, Stephen South, Andrea de Cesaris
Corridas: 26
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 19 (Watson 13, Prost 5, De
Cesaris 1)
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