Jacques Villeneuve, que no passado dia 9 de abril de 2021 completou 50 anos de idade, teve recentemente mais um filho, o quinto da sua conta pessoal. E é mais um rapaz. E porque falamos de um acontecimento feliz? Tem a ver com a escolha do nome para o batizar: a partir de agora será chamado de... Gilles. E isto aconteceu poucos dias depois daquele que deveria ser o 72º aniversário do seu pai, o avô de Gilles junior.
E é altura de se pensar na relação que o filho teve com o pai. Gilles casou cedo com Joanne, sua namorada de liceu e quando teve Jacques, tinha 21 anos e a sua carreira estava bem no seu inicio, andando em motas de ski, construindo uma carreira nessa modalidade antes de se dedicar aos automóveis. Jacques cresceu indo atrás da família, que tinha um motorhome nas pistas, guiado pelo pai e claro, acompanhado por Melanie, a sua irmã mais nova. Mais tarde, viveu no Mónaco, onde cresceu rodeado da riqueza dos outros e da fama crescente do pai. Aprendeu italiano tão bem quanto o francês e o inglês. Até que aos onze anos, ficou orfão de pai e esteve um pouco à deriva até se decidir que queria seguir os passos do pai. Derrotou a óbvia resistência da mãe, a ajudado por muita gente, andou por Itália, Japão e Estados Unidos, até chegar ao topo, vencendo as 500 Milhas de Indianápolis, o campeonato CART e depois, a Formula 1. Tudo isso em dois anos e meio.
Depois, é o que se sabe. Já tinha alcançado o topo, não precisava de mais. Colheu os louros por demasiado tempo, aburguesou-se e andou perdido por aí, sem conseguir algo relevante. Mas não se importava: tinha conseguido o que queria. E agora, entre mandar larachas na televisão, e pegar de vez em quando no carro, Jacques vive a sua vida. Pelo meio, casou-se umas duas vezes, pelo menos, e andou a ter os seus descendentes. Não sei se são todos rapazes, mas pelo menos têm dois gémeos.
As pessoas celebram a sua escolha, ainda por cima, num ano tão simbólico como este, porque passam-se 40 anos sobre o seu desaparecimento precoce em Zolder. Não espero que Gilles júnior seja piloto como o pai e o avô. Aliás, nem sei se algum dos seus irmãos terá o talento para o volante da família, mas haverá os que gostariam de ver uma dinastia, uma terceira geração. Até é capaz, mas sinceramente, espero que o garoto seja feliz na sua vida, e cresça a admirar aquilo que eles fizeram. E se seguir o mesmo caminho, então que seja com gosto e não porque foi empurrado para a pista.
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