quarta-feira, 30 de agosto de 2023

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Foi uma corrida memorável? Foi.

Isto aconteceria nos dias hoje? Se calhar... não. Apesar dos muitos Safety Cars que existiram na corrida. Mas o GP da Bélgica de 1998, que aconteceu há precisamente 25 anos, tornou-se numa daquelas corridas memoráveis. Quer seja por causa da carambola depois da La Source, quer depois pelos acidentes que aconteceram a seguir, especialmente entre Michael Schumacher e David Coulthard, com o Ferrari a andar em três rodas, e o alemão a ir à boxe da McLaren tirar satisfações ao piloto escocês por causa do seu acidente - não se via nada pela frente, ele não tinha como evitar.

Mas quem viu essa corrida pela televisão, sabe que o que permaneceu na memória foi o pódio, onde Damon Hill e Ralf Schumacher subiram ao pódio em dupla ao serviço da Jordan. Então, para o britânico, foi uma ocasião para a redenção que tanto desejava, depois do título de 1996.

Nesse ano, depois de ter feito história para a Williams, e de ser o primeiro piloto filho de campeão a ser campeão, estava fora da equipa que o tinha levado para a Formula 1, em 1993. Durante o defeso, especulou-se sobre a sua ida para a Jordan, mas a sua escolha acabou por ser chocante, quando foi para a Arrows e levou consigo o número 1. Na altura, eles tinham conseguido apenas um ponto, e era dirigido por Tom Walkinshaw, que tinha ambições para ser alguém na Formula 1. Contudo, eles tinham motores de 10 cilindros da Yamaha, e poucos conseguiam wer alguma coisa daquele conjunto. Aliás, todos julgaram que ele tinha feito uma escolha péssima, e iria arruinar a sua carreira.   

De uma certa forma, foi o que aconteceu. Apesar do segundo lugar na Hungria - na realidade, uma witória que se esfumou na última wolta por causa de um defeito numa pequena peça, que entregou o triunfo a Jacques Villeneuve - e de algumas boas posições na grelha, a temporada foi um desastre, conseguindo apenas sete pontos. Uma das piores defesas de campeonato de sempre.

Quando rumou à Jordan, em 1998, era a correção de um erro cometido no ano anterior, porque o conjunto era melhor, mais equilibrado. A seu lado tinha o irmão de Michael Scumacher, que na sua segunda temporada, estava a aprender o que mais podia para dar o pulo para as equipas superiores - Williams, por exemplo.

Mas a primeira metade da temporada foi uma catástrofe. Até ao GP britânico, a 12 de julho, a Jordan tinha conseguido... nenhum ponto. Nessa corrida, Ralf Schumacher chegou à meta na sexta posição. Hill esperou mais três semanas, até ao GP da Alemanha, em Hockenheim, para conseguir os seus primeiros pontos, um quarto lugar. Logo, ao chegarem à Bélgica, a Jordan tinha 10 pontos, seis para Hill, quatro para Ralf. E iriam sair dali com...16. 

Sim, pode se afirmar que foi um bodo aos pobres, se quiserem, mas merecerem bastante. Não só por estarem no lugar certo à hora certa, mas também por terem usado o sangue-frio - e a segunda partida, onde Hill surpreendeu Schumacher e ficou com a liderança, mostrando que ainda tinha capacidades - no final, aquela tarde de chuva copiosa acabou por ser uma de sonho. 

E no final, as cenas de felicidade de Eddie Jordan no paddock e no pódio foram bem merecidas. Andou seis anos à procura daquele dia, e por fim, conseguiu-o. 

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