A Hungria sempre desafiou as possibilidades, desde que a sua primeira presença, há quase 40 anos. De um lugar escolhido para trazer a Formula 1 para o outro lado da Cortina de Ferro, em 1985 - construída em sete meses, pronta a tempo para a temporada de 1986 - passou por ser um lugar onde, sendo um circuito lento, estreito e pouco do agrado dos pilotos, conseguiu manter-se no calendário, mesmo com a migração das pistas da Europa para o Médio Oriente e Ásia. E para comemorar a sua 40ª edição, decidiu durante o inverno em passar por obras de profunda remodelação no seu "paddock", centro de imprensa, e a reconstrução da sua bancada central, colocando um telhado, algo que não tinha antes.
Neste sábado, o tempo estava nublado, mas a pista estava seca para os pilotos calçarem os seus pneus moles para irem à pista e marcarem os seus tempos. Os Williams foram os primeiros a ir para a pista, com o resto das equipas a mostrar pouca vontade de aproveitar os primeiros minutos da sessão, com a temperatura da pista a baixar, graças às nuvens que começavam a sobrevoar Hungaroring. Max Verstappen foi o primeiro dos da frente a marcar um tempo que o colocou no topo da tabela, com o primeiro registo no segundo 16 (1.16,736), sendo destronado segundos depois por Lando Norris, que marcou um fenomenal 1.15,523. Oscar Piastri tirou mais de três décimos ao tempo do colega de equipa, com 1.15,211, mesmo tendo exagerado nos limites de pista.
Com a sessão a chegar ao fim, a temperatura a baixar e os tempos a melhorar, os pilotos tentavam melhorar os seus registos, com os McLaren novamente em destaque. Na zona de eliminação estavam os Williams de Alex Albon e Carlos Sainz Jr, os Haas de Ollie Bearman e Esteban Ocon, e o Alpine de Franco Colapinto. Os Mercedes ficavam na garagem, confiantes que iriam seguir adiante, enquanto os Ferrari estavam aflitos, porque estavam na zona de perigo. No final, deram-se bem, indo para a Q2, enquanto quem ficava com a faca eram Hulkenberg, no seu Sauber, Ocon, no seu Haas, Albon no seu Williams, Tsunoda, no seu Red Bull e Gasly, no seu Alpine.
Poucos minutos depois, a Q3 arrancava e ali, com a temperatura baixa, os pilotos demoraram algum tempo para sair á pista - a incerteza sobre se cairia chuva ou não - as primeira voltas demoraram pouco mais de quatro minutos para acontecerem. Norris foi o primeiro, mas o seu tempo não foi o melhor, com 1,15,494, mas Piastri só fez 0,096 segundos melhor que o colega de equipa: 1.15,398. Russell fez o terceiro melhor tempo, com 1.15,632, enquanto Max Verstappen ficava muito longe dos melhores registos, com 1.16, 183, apesar de ficar à frente de Charles Leclerc, que tinha marcado 1.16,630, antes de Lance Stroll marcar 1.15,498 e ser terceiro.
O coelho na cartola aconteceu na parte final. Primeiro, os Aston Martins começaram a andar perigosamente na frente, com Fernando Alonso a fazer um tempo 83 centésimos atrás de Piastri, e o melhor estava guardado para o final, quando Charles Leclerc começa a tirar bons tempos no meio do sector e acabar... com 1.15,372. Pole-position! Quem diria!
“Hoje, não entendo nada na Fórmula 1. Honestamente, toda a qualificação foi extremamente difícil. Quando digo extremamente difícil, não estou a exagerar. Foi difícil para nós chegar à Q2, foi difícil chegar à Q3. Na Q3, as condições mudaram um pouco. Tudo ficou muito mais complicado e eu sabia que tinha de fazer uma volta limpa para chegar ao terceiro lugar. No final das contas, é a pole position. Definitivamente, não esperava isso.", começou por afirmar.
"Eu senti muito (a mudança na aderência) e também estava com menos downforce, então, quando começou a chover na Q2, só esperava que não continuasse assim. Não continuou, as condições mudaram, o que tornou tudo muito complicado e, no final, estamos na pole position. Honestamente, não tenho palavras. É provavelmente uma das melhores pole positions que já consegui. É a mais inesperada, com certeza.”, concluiu.




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