"Apesar de ser uma corrida muito especial, já vou para o meu quarto Dakar, já conheço a prova. Apesar de no Dakar nunca conhecermos bem as condições, já sei qual é o ritmo. Tenho uma equipa com muitíssima experiência, a equipa vencedora, um navegador com muita experiência e, portanto, tudo irei fazer para tentar lutar pela vitória do Dakar.", começou por afirmar.
"A navegação no Dakar é sempre difícil, não há etapas fáceis. Nós o ano passado chegámos a abrir pista e, quando chegámos àquela célebre nota que o roadbook estava mal, éramos dos primeiros carros. Infelizmente tivemos ali muito, muito tempo, assim como todos os outros concorrentes.", começou por dizer. "Mas é um trabalho de equipa que tem que ser feito. Muitas vezes as pessoas dizem que a culpa é do piloto ou a culpa é do navegador.", continuou.
"Sim, é o trabalho dele a navegação, mas nós também temos que lhe facilitar o trabalho. Portanto, acho que a navegação começa a perceber-se agora que é mais um trabalho de equipa do que um trabalho simplesmente do navegador. Mas sem dúvida que ter um navegador como o Filipe Palmeiro ao meu lado é muito bom, e dá-me um bom conforto e tenho a certeza que 99 por cento das vezes ele está no caminho certo.”
Questionado sobre a resistência mental no Dakar, ele afirmou que o cansaço que acontece depois do dia oito ou nove do Dakar acontece a todos, e tentar resistir a esse cansaço mental é o grande objetivo.
“Obviamente, com o passar de tantos dias de Dakar e tanto stress e tantas horas dentro do carro, o cansaço vai-se acumulando, cansaço físico e mental. Mas também é para isso que nós andamos o ano todo a trabalhar no físico. A parte da mente é importante não tentar dramatizar muito os maus momentos, e tentar não celebrar demasiado os bons momentos, como vencer uma etapa ou um resultado positivo. É importante mantermos sempre o mesmo registo mental."
"Para mim, ou na minha opinião, é importante mantermos sempre o mesmo registo e nunca celebrar demasiado o Dakar porque uma vez ensinaram-me: quando sorrimos muito ao Dakar, no dia a seguir dá asneira."
"E, portanto, é manter sempre o mesmo registo, a mesma mentalidade, que a corrida é longa, sabemos que muita coisa pode acontecer. A nível físico, é tentarmos alimentar-nos da melhor forma e, em conjunto com uma grande preparação física que fizemos o ano todo, tentar minimizar ou estarmos o mais saudáveis possível do início ao fim.”, concluiu.
“O conselho que dava era desfrutar de cada segundo daquela experiência porque nunca sabemos quando é que podemos lá voltar, ou se é uma oportunidade única. E o que eu diria é ter calma, não é necessário ganhar todos os dias para termos um bom resultado final. Acho que as pessoas têm sempre aquela ideia de ganhar etapas, ganhar etapas… Isso não é importante, o que importa é ganhar o rali no final.”
O Dakar de 2026 começa a 3 de janeiro, na Arábia Saudita.



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