Num dia como este, a melhor maneira de homenagear o campeão é recordando um dos seus melhores momentos da sua carreira.
O dia é um Sábado, 20 de Setembro de 1986. É o último dia do Verão. Ao meio-dia, assisto aos treinos do GP de Portugal de Formula 1. Tenho na altura 10 anos, e estou a almoçar em família com os meus pais, o meu irmão e os meus avós. Nessa altura, assisto religiosamente a qualquer coisa relacionada com a Formula 1. O GP de Portugal é a única corrida na altura onde podia assistir aos treinos em directo, numa altura em que, no meu país, só há canal único, sem satélites, TV Cabo ou TV’s privadas. E nessa altura, já era fã de Senna, mais de um ano depois da sua grande estreia no mesmo circuito, à chuva. E nesse ano tinha visto o emocionante final de corrida logo ao lado, em Jerez, onde Nigel Mansell não o bateu por 13 milésimos de segundo, um dos mais curtos da história.
Nesse dia, tinha sido tirado uma das fotografias mais emblemáticas daquele tempo, com os quatro pilotos do momento, Senna, Prost, Piquet e Mansell tiravam aquela fotografia de grupo, empoleirados no muro das boxes. Os treinos começavam, e acho eu, Mansell, Piquet e Senna revezavam entre si para ver se conseguiam largar na frente da corrida. A quase dois minutos do fim, Mansell era o primeiro e Senna acho que era terceiro. Nessa altura, o brasileiro deu tudo por tudo para conseguir levar o seu Lotus negro e dourado da John Player Special (um dos mais belos desenhos que vi em toda a minha vida) para o primeiro lugar.
Quando vi Senna na pista, parei de almoçar. Queria ver o espectáculo sem interrupções. Via-o a fazer aquelas curvas, um a um, com um silêncio reverencial, parecendo que estava a ver arte a ser feita. Ele dava o máximo, usando aqueles mais de 1000 cavalos para tirar segundos à concorrência. Chegava à Parabólica... fazia a curva... chegava à meta... os milésimos de segundo a passar... 1. 20. 932. Era recorde da pista e dei um pulo de contente. “Pole-position para Ayrton Senna!” para mim, era música para os meus ouvidos.
É claro que no dia seguinte, ele arrastou-se para um quarto lugar final, depois de andar no segundo lugar durante muito tempo. Quem levou a melhor foi Mansell, com Piquet a desmaiar no pódio, amparado por Jean-Marie Balestre, o presidente da então FISA. Fiquei desiludido, mas no final achei que aquele feito no circuito português como algo do outro mundo, feito apenas por predestinados. E para mim, ele vai ficar sempre na minha memória como um predestinado, nascido em São Paulo, que virou tri-campeão Mundial, e virou mito faz hoje 13 anos.
O dia é um Sábado, 20 de Setembro de 1986. É o último dia do Verão. Ao meio-dia, assisto aos treinos do GP de Portugal de Formula 1. Tenho na altura 10 anos, e estou a almoçar em família com os meus pais, o meu irmão e os meus avós. Nessa altura, assisto religiosamente a qualquer coisa relacionada com a Formula 1. O GP de Portugal é a única corrida na altura onde podia assistir aos treinos em directo, numa altura em que, no meu país, só há canal único, sem satélites, TV Cabo ou TV’s privadas. E nessa altura, já era fã de Senna, mais de um ano depois da sua grande estreia no mesmo circuito, à chuva. E nesse ano tinha visto o emocionante final de corrida logo ao lado, em Jerez, onde Nigel Mansell não o bateu por 13 milésimos de segundo, um dos mais curtos da história.
Nesse dia, tinha sido tirado uma das fotografias mais emblemáticas daquele tempo, com os quatro pilotos do momento, Senna, Prost, Piquet e Mansell tiravam aquela fotografia de grupo, empoleirados no muro das boxes. Os treinos começavam, e acho eu, Mansell, Piquet e Senna revezavam entre si para ver se conseguiam largar na frente da corrida. A quase dois minutos do fim, Mansell era o primeiro e Senna acho que era terceiro. Nessa altura, o brasileiro deu tudo por tudo para conseguir levar o seu Lotus negro e dourado da John Player Special (um dos mais belos desenhos que vi em toda a minha vida) para o primeiro lugar.
Quando vi Senna na pista, parei de almoçar. Queria ver o espectáculo sem interrupções. Via-o a fazer aquelas curvas, um a um, com um silêncio reverencial, parecendo que estava a ver arte a ser feita. Ele dava o máximo, usando aqueles mais de 1000 cavalos para tirar segundos à concorrência. Chegava à Parabólica... fazia a curva... chegava à meta... os milésimos de segundo a passar... 1. 20. 932. Era recorde da pista e dei um pulo de contente. “Pole-position para Ayrton Senna!” para mim, era música para os meus ouvidos.
É claro que no dia seguinte, ele arrastou-se para um quarto lugar final, depois de andar no segundo lugar durante muito tempo. Quem levou a melhor foi Mansell, com Piquet a desmaiar no pódio, amparado por Jean-Marie Balestre, o presidente da então FISA. Fiquei desiludido, mas no final achei que aquele feito no circuito português como algo do outro mundo, feito apenas por predestinados. E para mim, ele vai ficar sempre na minha memória como um predestinado, nascido em São Paulo, que virou tri-campeão Mundial, e virou mito faz hoje 13 anos.
1 comentário:
Muito bom, Speeder!
Gostei de ler a palavra mito.
Bem lembrado a tal foto dos quatro no muro.
Cara, como é difícil fazer uma homenagem dessas!
Abs
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