Pois é, parace que tenho um fraquinho pela Lotus. Mas a explicação é bem mais simples: como daqui a uns dias estamos a comemorar os 25 anos da morte deste criador genial de carros (provavelmente o melhor que a Formula 1 jamais conheceu), acho por bem colocar aqui um projecto que inicialmente, era a aplicação total do efeito-solo, uma consequência do bem sucedido Lotus 79, mas acabou por ser um fracasso total. Falo do Lotus 80.
Desenhado por Colin Chapman, ajudado por Tony Rudd, Peter Wright e Mark Ogilvie, o Lotus 80 deveria ser o carro total em termos de efeito-solo, começando do nariz até à asa traseira. Aliás, um dispositivo semelhante seria colocado no nariz, para que se transformasse isso mesmo: numa enorme asa. Tanto que dispensava as asas dianteiras e traseiras (na teoria...)
As coisas no inicio de 1979 estavam a correr bem em termos de equipa: tinham ganho o campeonato de construtores e de condutores, e o Lotus 79 era o carro da moda, com o efeito-solo que todos queriam imitar. Contudo, os seus rivais tinham aprendido como funcionava e desenharam carros não só idênticos, como também capazes de superar o Lotus.
Para além disso, Chapman tinha perdido o patrocinio da John Player Special, que se tinha retirado da Formula 1 em 1978 (voltaria três anos depois), tendo o seu lugar preenchido pela Martini. ainda por cima, Chapman trouxe de volta o velho British Racing Green, desaparecido desde 1968. Entretanto, com a morte de Ronnie Peterson, em Monza, a Lotus precisava também de um bom segundo piloto. A resposta veio na forma do argentino Carlos Reutmann, que vinha da Ferrari.
Chapman esperava que o projecto fosse um passo em frente, mas acabou por ser o contrário: quando Andretti começou a testar o carro, descobriu que este começava a reagir violentamente em situações de curva ou em travagem, perdendo contacto com o solo, e depois recuperando-o em recta. A esse fenómeno se chamou de "Porpoising", similar ao balançar de um navio em tempestade. Chapman tentou minimizar o problema, colocando asas no carro, o que melhorou um bocado, mas não muito...
O Lotus 80 estreou-se no Circuito de Jarama, em Espanha. Foram construidos dois carros, um para Andretti e outro para Reutmann, mas o argentino recusou a guiar o carro. Acabou por ser o americano campeão do mundo a experimentá-lo competitivamente, onde acabou num honrável terceiro lugar. Contudo, seria a unica vez que o carro terminaria nos pontos... nos dois Grandes Prémios seguintes, em Zolder e Montecarlo, o Lotus 80 não consguiu terminar corridas.
Com o tempo, os engenheiros da Lotus viram que o conceito de efeito-solo total estava demasiado fora do alcance, e abandonaram o desenvolvimento do carro, voltando para os mais fiáveis Lotus 79. Contudo, estes já eram carros ultrapassados, e a equipa acabou o ano sem vitórias. Contudo, Chapman não abandonou totalmente o conceito, e voltou a aplicá-lo num carro ainda mais radical, e controverso: o Lotus 88.
Carro: Lotus 80
Projectistas: Colin Chapman, Peter Wright, Tony Rudd, Mark Ogilvie
Projectistas: Colin Chapman, Peter Wright, Tony Rudd, Mark Ogilvie
Motor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: Mario Andretti
Corridas: 3
Vitórias: 0
Vitórias: 0
Poles: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 4 (Andretti)
Pontos: 4 (Andretti)
1 comentário:
Também tenho um fraquinho pela Lotus. A minha primeira equipa! Com andreti e peterson, claro!
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