Existe aqueles do qual ter um campeonato do mundo é o seu topo, e aqueles que, quantos mais, melhor. Jody Scheckter, o primeiro - e único sul-africano a vencer um título mundial - fazia parte dessa categoria. E tudo por causa de um incidente que aconteceu num sábado de manhã.
Scheckter - que fez ontem 70 anos de idade - chegou ao automobilismo com vontade de vencer e ser veloz. Tão veloz, de pedal pesado que o chamavam de muitos nomes. "Trogolodita" era um deles, mas na realidade, tinha a rapidez e o sangue na guelra como muitos pilotos têm na atualidade, mas ele estava numa década onde um erro e o piloto morria. E a 6 de outubro de 1973, ele viu o que era a Formula 1.
Pequeno aparte: quando Carlos Reutemann teve a sua primeira experiência na Formula 1, na Victory Race de 1971, em Brands Hatch, e ao ver os restos chamuscados do BRM de Jo Siffert, Graham Hill, seu companheiro na Brabham, ficou ao lado dele e lhe disse: "seja bem vindo a Formula 1". E não tinha nada de irónico nisso.
E Scheckter, nesse GP dos Estados de 1973, tinha apenas cinco corridas no seu currículo, mas tinham sido todas na McLaren, que tinha visto o seu potencial. Mas foi o tempo suficiente para causar a maior carambola até então, na partida para o GP da Grã-Bretanha, quando era terceiro classificado e tentava apanhar Jackie Stewart e Ronnie Peterson. E na corrida anterior, tinha colocado Emerson Fittipaldi fora da pista - mas aí, o culpado foi o brasileiro, que tentou uma manobra muito arriscada - quando o sul-africano... liderava a corrida. Portanto, nessa altura, todos o viam como veloz... e perigoso.
Nessa altura, Ken Tyrrell tinha o escolhido como seu piloto para 1974, e Francois Cevért não era muito fã por causa da sua impetuosidade. Mas tinha de o aturar, pois iria ser o seu companheiro de equipa. Ele já sabia que Jackie Stewart iria embora, era um segredo mal guardado, mas esperava que ele fosse domado. Toda a gente sabe que isso nunca aconteceu, mas poucos sabem que o primeiro piloto a chegar ao local do acidente foi... Scheckter. E foi ele que viu o corpo mutilado do piloto francês, já morto, ainda quente, provavelmente ainda com os movimentos involuntários do corpo, na sua agonia mortal. E essa imagem nunca o largou. Nunca. Ainda hoje se emociona a falar sobre esse assunto.
E foi sobre o cadáver de Cevért que jurou uma coisa: que seria campeão do mundo. E quando acontecesse isso, iria embora. Não quereria ser bicampeão, tricampeão, ou outra coisa qualquer. Um título e basta. As pessoas que acham que essa gente deveriam ser inferiores aos multicampeões nunca pisaram um cockpit de um carro na vida. Porque se esquecem que o automobilismo é perigoso e a vida é um sopro. A fronteira entre a vida e a morte é demasiado ténue para ser menosprezado.
Dito isto, tiremos o chapéu a Scheckter, que chegou aos 70. Que sobreviveu a uma década mortal e está hoje para contar a sua história.
Pequeno aparte: quando Carlos Reutemann teve a sua primeira experiência na Formula 1, na Victory Race de 1971, em Brands Hatch, e ao ver os restos chamuscados do BRM de Jo Siffert, Graham Hill, seu companheiro na Brabham, ficou ao lado dele e lhe disse: "seja bem vindo a Formula 1". E não tinha nada de irónico nisso.
E Scheckter, nesse GP dos Estados de 1973, tinha apenas cinco corridas no seu currículo, mas tinham sido todas na McLaren, que tinha visto o seu potencial. Mas foi o tempo suficiente para causar a maior carambola até então, na partida para o GP da Grã-Bretanha, quando era terceiro classificado e tentava apanhar Jackie Stewart e Ronnie Peterson. E na corrida anterior, tinha colocado Emerson Fittipaldi fora da pista - mas aí, o culpado foi o brasileiro, que tentou uma manobra muito arriscada - quando o sul-africano... liderava a corrida. Portanto, nessa altura, todos o viam como veloz... e perigoso.
Nessa altura, Ken Tyrrell tinha o escolhido como seu piloto para 1974, e Francois Cevért não era muito fã por causa da sua impetuosidade. Mas tinha de o aturar, pois iria ser o seu companheiro de equipa. Ele já sabia que Jackie Stewart iria embora, era um segredo mal guardado, mas esperava que ele fosse domado. Toda a gente sabe que isso nunca aconteceu, mas poucos sabem que o primeiro piloto a chegar ao local do acidente foi... Scheckter. E foi ele que viu o corpo mutilado do piloto francês, já morto, ainda quente, provavelmente ainda com os movimentos involuntários do corpo, na sua agonia mortal. E essa imagem nunca o largou. Nunca. Ainda hoje se emociona a falar sobre esse assunto.
E foi sobre o cadáver de Cevért que jurou uma coisa: que seria campeão do mundo. E quando acontecesse isso, iria embora. Não quereria ser bicampeão, tricampeão, ou outra coisa qualquer. Um título e basta. As pessoas que acham que essa gente deveriam ser inferiores aos multicampeões nunca pisaram um cockpit de um carro na vida. Porque se esquecem que o automobilismo é perigoso e a vida é um sopro. A fronteira entre a vida e a morte é demasiado ténue para ser menosprezado.
Dito isto, tiremos o chapéu a Scheckter, que chegou aos 70. Que sobreviveu a uma década mortal e está hoje para contar a sua história.
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