Na atualização do automobilismo e do motociclismo devido à pandemia do coronavirus, fala-se do calendário da competições como a Formula 1 e o MotoGP, à medida que os dias avançam e em alguns países da Europa, o pior poderá já ter passado, com previsões do levantamento de algumas restrições para breve.
Ontem, Ross Brawn falou sobre o tipo de calendário que se poderá ter depois de passada a pandemia. Numa entrevista à Sky Sports, o diretor técnico da Formula 1 disse que a FOM tem vindo a estudar opções para começar definitivamente a temporada.
“A nossa visão aponta para que, provavelmente, começar na Europa seja favorável e podendo até ser um evento sem público. Poderíamos ter um ambiente fechado, em que as equipas viajariam em charters, canalizá-las-íamos para o circuito, garantiríamos que toda gente seria testada, atestada e, dessa forma, não haveria risco para ninguém”, começou por dizer.
“Temos uma corrida sem espectadores. Não é fantástico, mas é melhor que não ter qualquer corrida. Temos de nos lembrar que há milhões de pessoas que seguem o campeonato em casa”, continuou.
Desconhece-se que corrida é que será usada como cobaia para essa experiência inicial, pois neste momento, o GP de França é o primeiro do calendário atual, apontado para o final de junho, com o GP da Áustria, no Red Bull Ring, a seguir, na primeira semana de julho. Contudo, com o estatuto de Campeonato do Mundo da FIA, a Fórmula 1 tem de respeitar certas condições para o manter, mas Ross Brawn não considera isso um problema, estando seguro de que até Outubro o campeonato terá o seu início.
”Oito corridas é o mínimo para podermos ter um campeonato do mundo, de acordo com os Estatutos da FIA. Podemos alcançar as oito corridas ao começar em Outubro. Portanto, se quisermos ter uma data limite, seria Outubro. Mas então, existe também a possibilidade de entrarmos no próximo ano. Isso está a ser explorado. Podemos ir até Janeiro para terminar a temporada? Há muitas complicações, como se pode imaginar”, apontou.
“Se conseguirmos começar em Julho, poderemos ter uma temporada de dezanove corridas. Seria duro – três corridas, um fim-de-semana de folga; três corridas, um fim-de-semana de folga. Olhámos para toda a logística e pensamos que poderemos ter uma temporada de dezoito ou dezanove corridas, se arrancarmos no início de Julho. A escolha é entre estes dois números [entre oito e dezanove]”.
Brawn assume que, em alguns casos, os programas oficiais poderão ser reduzidos, especialmente para facilitar as viagens. Tal solução poderá ser a necessária devido a situação em que se vive.
“Poderemos ter algumas corridas de dois dias para alcançar as exigências logísticas. Por exemplo, a China parece que, provavelmente, terá apenas dois dias, se for avante, dado que será mais fácil desta forma chegar lá e sair para o evento seguinte”, concluiu.
Do lado da MotoGP, a Dorna, entidade organizadora da competição, afirmou que o cancelamento a temporada só aconteceria em último recurso. Com as corrida de Itália e Catalunha adiadas, agora é a prova da Alemanha, a 21 de Junho, que está marcado como a data de início provisória, embora seja provável que isso ainda mude. Agora, eles afirmam que a chance mais realista é uma competição com apenas dez provas, e por agora, o cancelamento completo está descartado.
No seu comunicado oficial, afirmou:
“A pandemia do coronavírus já resultou em revisões ao calendário de 2020 para o Campeonato do Mundo de MotoGP, incluindo o adiamento ou reagendamento de uma série de eventos. Perante a incerteza contínua, a Dorna Sports gostaria de reafirmar que as corridas são a nossa principal prioridade em 2020…”
“Na Dorna, continuamos em discussão contínua com a FIM, IRTA, MSMA e Comissão de Grand Prix, à medida que acompanhamos de perto a situação, mantendo os canais de comunicação e apoio entre cada pilar do nosso desporto o mais abertos possível. O objetivo de todas as partes envolvidas é recomeçar a correr assim que for seguro fazê-lo.”
“O nosso foco número um sempre foi, e continuará a ser, tentar correr a temporada de 2020 com o maior número possível de Grandes Prémios, terminando no ano civil de 2020. No entanto, agiremos sempre em consonância com os pareceres de saúde e segurança dos governos e das autoridades sanitárias competentes.”
“Se a pandemia continuar a pôr as nossas vidas e desporto em suspenso por mais tempo do que qualquer um de nós pode antecipar e as restrições de viagem permanecerem em vigor, só como último recurso a Dorna Sports alguma vez consideraria discutir o cancelamento da temporada de 2020 com a FIM, IRTA e MSMA.”
“O nosso foco número um para as SBK é igualmente tentar correr a temporada de 2020 com o maior número de provas possível uma vez que é seguro fazê-lo.”
Em suma, esta é uma situação completamente volátil, e só as próximas semanas é que definirão o rumo dos acontecimentos.
Sem comentários:
Enviar um comentário