domingo, 4 de julho de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 9, Austria (Corrida)


São os tempos que vivemos, Nestas alturas excecionais, assiste-se a coisas que não aconteceriam normalmente. Grandes Prémios em Portugal e na Turquia? São algumas delas. Corridas no Red Bull Ring em dois fins de semana consecutivos? Agradeçam à pandemia. É a Formula 1 destes tempos, mas este ano começa a coincidir com aquilo que parece ser o final de uma era, que é o da Mercedes dominadora, dos Flechas Negras, de Lewis Hamilton em primeiro e Valtteri Bottas em segundo como a "paisagem habitual". Agora, temos Max Verstappen a liderar o campeonato, vencer corridas atrás de corridas e os adversários a verem-o ir embora, sem possibilidades de o buscarem. 

Aliás, nesta qualificação, os Mercedes foram meramente quarto e quinto. Estarem fora do "top three" é uma coisa tão invulgar como a passagem do cometa Halley, por exemplo. E claro, com os neerlandeses a encher as bancadas, felizes da vida, chegam que este é o momento dele.

Ainda havia aquela chance do tempo baralhar tudo, devido às previsões de hoje, onde a chuva poderia acontecer. Mas pelo aspeto das nuvens, dispersas, mas sem ameaçar, parecia que o boletim meteorológico era o equivalente a Chris Amon na liderança de uma corrida de Formula 1: sabemos que está lá, mas ninguém aposta nele para que aconteça. E claro, não aconteceu.  


A corrida começa com Max a defender-se bem de Norris, que por sua e foi pressionado por Perez e Hamilton. Mas atrás, um toque entre Estrban Ocon e um dos Alfa Romeos quebrou o seu bico e acabou por abandonar. A paragem forçada do seu carro obrigou à entrada do Safety Car. 

Não demorou muito tempo até à relargada, que aconteceu na quarta passagem pela meta. Ali, com Bottas a tentar passar Hamilton, Norris e Perez lutavam pelo segundo posto, mas encostado à gravilha o mexicano entrou nela e caiu para décimo. Isto iria ter consequências mais tardias. A partir dali, a corrida estabilizou, com Hamilton a tentar apanhar Norris, mas a velocidade de ponta do McLaren não ajudava. E no meio disto tudo, Max tinha já cinco segundos de diferença para Norris. E na volta 13, começavam as paragens nas boxes, primeiro com o Alpha Tauri de Tsunoda. 

Os pilotos da frente, como tinham calçado médios, pretendiam ir o mais longe possível para fazer uma só paragem - poderia haver duas, também, daí as primeiras paragens de gente como os da Alpha Tauri - mas pelo meio, descobriu-se que os comissários estavam a investigar o incidente do Norris e do Perez. Todos acharam estranho porque ninguém reclamava do que se tinha passado, nem a Red Bull, nem minguém. No final, deram cinco segundos de penalização ao britânico, do qual ninguém entendeu lá muito bem o porquê. Por coincidência, ele estava a defender-se dos ataques de Lewis Hamilton, na disputa pelo segundo lugar. Coincidência?

Mas mais tarde, na volta 38, Checo estava a ser assediado por Leclerc e empurrou-o para a gravilha, perdendo segundos preciosos. Evidentemente, reclamou-se por consistência, e tiveram-na poucos minutos depois, com a penalização ao mexicano pela mesma manobra. Mas mais tarde... o mexicano fez o mesmo outra parte da pista! Mais segundos de penalização? Bandeiras pretas? 

E tudo isto acontecia quando se descobria que Hamilton corria com algum dano, porque Bottas estava bem peto dele, e ambos estavam a ser assediados por Lando Norris. Com isto a acontecer, e a quererem proteger o britânico campeão, parecia que a coisa poderia caminhar para a farsa. Mas depois entenderam e Bottas lá pode atacar, devidamente autorizado, e ele foi passado, em menos de uma volta, por Bottas e Norris. O britânico foi trocar de pneus, metendo duros, mas o quarto lugar era mais do que evidente. Agora, cabia a Norris ver se apanhava Bottas e voltar a ser segundo.

E na frente, Verstappen estava tranquilo. Via o resto do pelotão apanhar penalizações a torto e direito, e a vinte segundos do resto, batia recordes, concentrava-se em chegar á meta como vencedor e alargar o campeonato. Atrás, Perez tentava distanciar-se o mais possível de Ricciardo, porque se estivesse a menos de dez segundos, perderia o quinto posto que era onde estava, e na ultima posição pontuável, Fernando Alonso alcançava George Russell e deixava o britânico a penar mais uma vez. 

E foi assim que as coisas acabaram na Áustria. Agora com cinco vitórias no campeonato, parecia que o neerlandês estava bem lançado para um campeonato que poeria ser seu. Tinha o melhor carro, não errava, era consistente, tudo corria-lhe bem. Até a maioria dos fãs nas bancadas era dele!


Agora, são maias duas semanas até Silverstone, e provavelmente umas semanas menos até chegarmos à "Verstappenlândia".    

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