Lembro-me que existiam uns rumores, mas era mais a expectativa. E as esperanças.
Neste dia, há precisamente 15 anos, a Mercedes anunciava que Michael Schumacher iria guiar para eles a partir da temporada de 2010, no lugar de Jenson Button, o campeão do mundo, que ia para a McLaren, no lugar de Heikki Kovalainen, e claro, iria guiar ao lado de Lewis Hamilton. A seu lado, outro alemão: Nico Rosberg, este vindo da Williams.
As expectativas eram grandes, lembro-me bem. Todos esperavam que as sua capacidades estivessem intactas e que lutasse pelo oitavo título mundial. Lembro até de gente a escrever afirmando que receavam pelo filho do Keke Rosberg, achando que ele estaria sob brasas para bater o alemão, então a caminho dos 41 anos, e que tinha de provar algo ao mundo. E claro, não poderíamos esquecer da própria Mercedes, que 15 anos depois de ter chegado à Formula 1 como fornecedora de motores - pela Sauber, antes de ir para a McLaren - iria montar a sua equipa. 55 anos depois de ter ido embora da Formula 1.
Mas na altura também me lembrei do "hype" que tinha causado este regresso. Especialmente quase quatro meses antes, em agosto, quando Felipe Massa se acidentou nos treinos para o GP da Hungria, com a mola vinda do Brawn de Rubens Barrichello. Ele chegou a testar, mas a lesão no pescoço que tinha sofrido em 2007, num teste, o impediu de entrar no carro quase imediatamente, para fazer o resto da temporada.
Assim sendo, preparou-se melhor. E ainda tinha mais uma coisa a seu favor: Ross Brawn. Ele, que tinha ficado com a equipa depois da fuga da Honda da Formula 1, e o transformou naquilo que se viu em 2009, via com bons olhos o regresso de Schumacher. Afinal de contas, os dois, mais outros como Rory Bryne e Jean Todt, tinham ajudado a transformar a Ferrari na máquina imbatível do inicio do século.
E claro, todos pensaram: Brawn, Mercedes e Schumacher... são os favoritos, não são?
A realidade encarregou-se de deitar na cara dos crentes um balde de água fria. Três temporadas foram suficientes para mostrar a Schumacher que a nova geração era suficientemente boa para ele, e até Nico Rosberg era não só capaz de o acompanhar, como de o superar. Um pódio foi manifestamente insuficiente, mas vê-lo competir ao lado de gente como Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Lewis Hamilton e outros, alguns deles ainda por aqui não há muito tempo...
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