segunda-feira, 4 de agosto de 2025

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Há 40 anos, no Nurburgring, parecia que o campeonato iria ser um duelo entre Ferrari e McLaren. No final do GP da Alemanha, Michele Alboreto triunfava, na frente de Alain Prost, no seu McLaren, e o Ligier de Jacques Laffite. E no final dessa corrida, saía da pista alemã com cinco pontos de vantagem sobre o piloto francês, num fim de semana onde a chuva no sábado deu uma surpreendente pole-position a Teo Fabi, no seu Toleman, e Francois Hesnault deu-nos um vislumbre do futuro com o primeiro "onboard" moderno, na última vez que um terceiro carro foi inscrito num fim de semana de Grande Prémio. 

Na realidade, foi quase uma vitória herdada, porque boa parte da corrida foi um duelo entre o Williams de Keke Rosberg e o Lotus de Ayrton Senna. Ambos eram pilotos velozes e tinham carros velozes, e animaram a corrida por mais de 25 voltas, até que o piloto da Lotus desistiu com um problema na junta do motor, quando liderava. Rosberg herdou a liderança, mas os travões falharam-lhe na volta 45, e a liderança foi herdada por Alboreto, que foi até ao final.

Por essa altura, Alboreto - e o seu companheiro de equipa, o sueco Stefan Johansson - tinham entre mãos o Ferrari 156/85, a versão daquele ano do seu modelo com motor Turbo, que debitava 750 cavalos, e o mais interessante é que em termos de resultados, tinha conseguido seis até ali. E em Nurburgring, não era só o seu sétimo pódio, como era a sua segunda vitória. A sete corridas do final, parecia que a Ferrari tinha um bom carro, um bom motor e sobretudo, um bom piloto. Ainda por cima, italiano. Que naquela altura, parecia ser possível que a maldição - então com 32 anos - de ter um piloto para além de Alberto Ascari de ser campeão com as cores de Maranello.

No final, com aquela segunda vitória, todos poderiam pensar nessas coisas. E depois, na corrida seguinte, o terceiro lugar na Áustria, mesmo com a vitória de Prost, com eles empatados na tabela... naquele verão, Maranello sonhava. De verdade.

O que não sabiam era que, há 40 anos, tinham acabado de assistir à quinta e última vitória de "Il Marrochino" da sua carreira. E da próxima vez que veriam nova vitória só seria dali a ano e meio, em Suzuka, com Gerhard Berger. E também seria num outro circuito alemão, em Lausitz, que Alboreto iria conhecer o seu destino final, 15 anos e meio depois. 

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