O sueco Bjorn Waldegard, primeiro campeão do mundo oficial de Ralis, em 1979 morreu esta manhã na sua Suécia natal, vítima de doença prolongada. Tinha 70 anos de idade e a sua carreira espalha-se ao longo de quatro décadas.
Nascido a 12 de novembro de 1943 na cidade sueca de Solna, a sua carreira nos ralis começou cedo, aos dezanove anos de idade. Contudo, foi a bordo de um Porsche 911 que começou a ter as suas primeiras vitórias internacionais, nomeadamente a vitória do Rali de Monte Carlo de 1969, repetindo o feito no ano seguinte, num ano em que também venceu na Suécia e na Austria.
Ao mesmo tempo que fazia ralis, também andava pelo Rallycross, onde era um dos melhores da sua geração, e o maior rival do austriaco Franz Wurz, o pai de Alex Wurz. Aliás, em 1974 foi vice-campeão da Europa, perdendo apenas para Wurz pai. Por essa altura, fazia parte da Toyota Team Europe, ao lado do seu compatriota Ove Andersson.
Em 1975, com a FIA a organizar um campeonato do mundo de Ralis - apenas aberto aos construtores e não aos pilotos - Waldegard, a bordo de um Lancia Stratos, venceu dois ralis nesse ano, o da Suécia e o de Sanremo. A mesma coisa aconteceu no ano seguinte, em Sanremo, mas não sem polémica: perto do final, tinha uma vantagem de quatro segundos sobre Sandro Munari, e a equipa pediu que ele abrandasse, para que ficasse "igual para igual" com o piloto italiano. Contudo, o sueco desobedeceu às ordens e acabou por vencer... por quatro segundos.
Com isso, decidiu ir para a Ford em 1977, onde a bordo do modelo RS1800, venceu um dos ralis onde se tornou mais conhecido: o Safari, no Quénia. A sua vitória em 1977 foi a primeira de quatro, e também foi a primeira de três vitórias naquele ano, acabando no segundo lugar da geral da "Taça FIA de Ralis". Vence na Suécia em 1978, e no ano seguinte, já com o título mundial de pilotos a ser oficial, consegue sete pódios, dois deles vitórias no Rali da Acrópole e do Quebec, ao volante de um Ford Escort RS1800, excepto na Costa do Marfim, onde correu com um Mercedes-Benz 450 SLC.
Em 1980, maioritariamente pela Mercedes, vence na Costa do Marfim, e a partir do ano seguinte, começa uma longa associação com a Toyota. Torna-se no melhor nas etapas africanas (venceria na Costa do Marfim por mais duas vezes), e vence na Nova Zelândia em 1982. Em 1986, graças às suas vitórias no Quénia e na Costa do Marfim, termina a temporada no quarto lugar da geral. Waldegard acabaria por vencer pela última vez em 1990, a bordo de um Toyota Celica, com a idade de 46 anos ficando nos livros de história como o mais velho de sempre a vencer um rali do WRC. E também acabaria por ser um dos mais vitoriosos dos Ralis, conseguindo onze vitórias.
A sua longa carreira teria um fim em 1992, quando se acidenta no Rali Safari e quebra um braço, e a patir de então, participa em ralis históricos. Em 2008, a bordo de um Porsche 911, é um dos convidados que faz parte do "Colin McRae Forest Stages Rally", um rali em honra de Colin McRae, morto um ano antes.
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