domingo, 24 de agosto de 2014

Formula 1 2014 - Ronda 12, Bélgica (Corrida)

Depois da chuvada de ontem, sabia-se antecipadamente (pelo menos, para quem tivesse espreitado o boletim meteorológico) que a corrida de hoje iria acontecer debaixo de sol, logo, as coisas poderiam ser mais niveladas do lado da concorrência, após o enorme domínio dos Mercedes na qualificação, que deixaram toda a gente a mais de dois segundos, demonstrando que ontem, as Flechas de Prata estavam estratosféricos.

De facto, em termos de resultado final, houve nivelamento e até superação dos dominadores Mercedes, mas as circunstâncias dessa superação poderão ficar marcadas nos anais deste campoeonato como o momento decisivo do campeonato. Como alguém disse depois da corrida, era uma situação de tempestade perfeita.

Mas vamos aos factos: tudo aconteceu na segunda volta, quando Lewis Hamilton conseguiu passar Nico Rosberg na travagem para Les Combes, mas no processo, conseguiu tocar na asa do seu companheiro de equipa, destruindo-o. Mas o outro Mercedes não ficou a rir: o pneu traseiro esquerdo rebentou e ele veio a arrastar-se até às boxes, perdendo tempo valioso. Claramente foi um incidente de corria à semelhança do que aconteceu em 2010, na Turquia, mas numa altura em que existem pessoas que acham que as ordens de equipa devem existir para situações como esta, foi uma situação inaceitável e prejudicial para o campeonato de Construtores. E claro, um maná para a concorrência.

Mas as coisas começaram bem antes, na partida. Hamilton saiu que nem um foguete do segundo posto e passou para a liderança na La Source, com Vettel logo a seguir. O alemão da Red Bull ainda tentou passar Hamilton em Les Combes, mas saiu da pista, perdendo um lugar para Rosberg. A seguir, houve o tal incidente que colocou como líder o alemão da Mercedes, pois o pedaço de asa tirado não prejudicava a sua performance.

Atrás, os comissários começavam a punir. O primeiro foi Fernando Alonso, que ficou parado na pré-grelha, mas que depois colocou o carro a funcionar a tempo de colocar o seu carro no seu devido lugar. Ele levou cinco segundos.

Na sexta volta, Ricciardo passa Vettel e é segundo classificado, enquanto que duas voltas depois, Rosberg pára para trocar de pneus e de asa, perdendo o comando para Daniel Ricciardo. Claro, este seria o momento decisivo da corrida, pois a partir dali seria complicado para o piloto alemão apanhar Ricciardo. este só parou na volta 12, para começar, e quando voltou, começou a imprimir o ritmo, abrindo uma vantagem tão grande que os outros (que nessa altura também iam para as boxes trocar pneus) pareciam que tinham deixado Ricciardo inalcançável.

Na volta 20, reclamando de uma vibração num dos pneus, Rosberg volta às boxes e sai na 11ª posição. Ao mesmo tempo. Hamilton tinha problemas com o seu carro, que não tinha o suficiente arrasto aerodinâmico e pedia para desistir da corrida. Não uma vez, mas sim duas vezes. Acabaria por ver os seus desejos satisfeitos... na volta 39. E quando o carro parou, podia-se ver o buraco que o inglês tinha no assoalho do seu carro, perto do pneu traseiro-esquerdo, o tal que furou no incidente de Les Combes.

Umas voltas antes, na 36ª passagem pela meta, Nico Rosberg tinha metido um novo jogo de pneus no sentido de apanhar Ricciardo, depois de ter passado quatro carros em quatro voltas, e chegado ao pé de Valtteri Bottas no segundo posto. Se a paragem foi veloz e cedo passou o finlandês, apanhar Ricciardo estava fora de questão, mas ele não desistiu de tentar. "Comia" dois segundos por volta, é certo, mas no final, a diferença chegou para cerca de quaro segundos a favor do australiano.

Mas se as coisas nos quatro primeiros lugares estavam relativamente bem definidas, o drama acontecia entre as posições cinco e oito. Kevin Magnussen provava que tinha um carro capaz de segurar Fernando Alonso por muitas voltas, e mesmo com as "manhas" de se colocar no meio da pista quando o veterano espanhol tentava as suas manobras de ultrapassagem. E com isso juntou Jenson Button e Sebastian Vettel, e os quatro andaram sempre juntos, em manobras de cortar a respiração, mesmo nas cinco voltas finais. 

E foi nessa altura que houve algumas manobras polémicas: primeiro, o "chega para lá" do dinamarquês em Alonso na reta Kemmel, e depois o toque ao espanhol em La Source, na penultima volta, que o quebrou e o arrastou para o oitavo posto. Resultado final: Magnussen foi penalizado em 20 segundos e caiu três posições, de sexto para nono.

E claro, disso tudo houve um vencedor: Sebastian Vettel, que passou toda a gente sem bater em ninguém, e Jenson Button, que acabou no sexto lugar. A fechar os pontos ficou Daniil Kvyat.

Mas na frente, o sempre sorridente Daniel Ricciardo conseguiu a sua terceira vitória do ano, mostrando que é a verdadeira revelação do campeonato, mostrando ser veloz, saber aproveitar as oportunidades e superar o seu companheiro de equipa em mais do que uma vez. Apesar de estar a 156 pontos de Nico Rosberg, esta vitória consolidou o terceiro lugar no campeonato.

Quando à Mercedes, Rosberg tem agora 29 pontos sobre Hamilton, mas apesar desta diferença já ser importante, já vimos este filme antes de Silverstone. E sabemos o que aconteceu a Nico Rosberg nessa corrida...  

1 comentário:

André Candreva disse...

Da-lhe Daniel Ricciardo... o garoto australiano vai longe na categoria...

quanto a disputa Nico X Hamilton acho que o Nico exagerou na manobra...

abs...