sábado, 13 de dezembro de 2014

O simbolismo do numero um

Quem acompanha a Moto GP sabe que não há mais o numero 1 nas carlingas das motos, e sempre achei que isso fazia falta, pois achava que fazia parte do folclore do automobilismo. E pensava que isso não iria acontecer na Formula 1, pois os números pertenciam às equipas e não aos pilotos. Mas este ano, as coisas transformaram-se, e a FIA decidiu que seria melhor que os pilotos seriam os donos dos números, e que os acompanharia ao longo da carreira. A unica excepção seria o numero 1, que representaria o campeão.

Pois bem, isso aconteceu. Lewis Hamilton disse esta noite que continuaria a usar o seu numero do kart, o 44, mesmo depois de ser o campeão do mundo. É simbólico, pois desde 1994 que tal não aconteceria, quando Nigel Mansell e Alain Prost retiraram-se depois de terem sido os campeões do mundo. E por causa disso, durante dois anos seguidos, Damon Hill usou o numero zero, e provavelmente se corresse ainda, deveria ser o seu numero na carenagem.

É óbvio que os pilotos têm as suas escolhas, mas creio que não usar isso é um principio do fim, onde a personalização do seu numero - simbólico ou não - têm impacto. E mostrar ao mundo que é campeão do mundo faz parte do folclore. E o "numero 1" é uma honra que deveria ser mostrada e não um fardo.

Creio que não mostra respeito a isso. Carregar o numero 1 no seu capacete e no seu chassis deveria ser uma honra e não um fardo. Mostrar ao mundo quem é e como o conquistou deveria ser algo honroso e não algo que deveria ganhar pó num canto do armário qualquer. Ao contrário de Sebastian Vettel, por exemplo, Lewis Hamilton demonstra desprezo pelo simbolismo, querendo apenas conquistar o ceptro e mais nada. Para mim, não fica bem ele dizer que não quer usar. Se e campeão, tem de mostrar ao mundo que o é. É mais importante do que o numero que o usa. Sem isso, reforça o egoismo do piloto, na minha opinião.

Creio que deveriam ter reforçado a regra, para tornar obrigatório o uso. Sem esse numero um no pelotão da Formula 1, esta perde a sua graça, e vira uma Moto GP com quatro rodas. É mais uma razão para questionar porque sigo esta modalidade. 

5 comentários:

Julio Cezar Kronbauer disse...

Até onde eu sei, Sebastian Vettel queria escolher um número, mas a Red Bull mandou ele ficar com o "um", por razões publicitárias.

Unknown disse...

Nem mais!

Speeder76 disse...

Julio:

Ele já tinha escolhido o seu numero, que era o 5. Mas ficou com o 1 por ser o campeão do mundo.

Anónimo disse...

Paulo

Concordo com você, o número 1 deveria ser obrigatório para o piloto campeão, como fez Vettel nessa temporada.

Entretanto, outras categorias já tiraram essa honraria do número 1 como você mesmo citou.

Uma pena!

Abordarei esse tema também em breve no meu blog.

Abraço!

Patuleia disse...

Concordo contigo, acho bem que os pilotos possam escolher o seu número predilecto, mas os campeões deveriam envergar o número 1 obrigatoriamente.