sábado, 23 de maio de 2015

A foto do dia (II)

Vinte e um de maio de 1995. Faz agora vinte anos que o impensável aconteceu: a Penske de fora das 500 Milhas de Indianápolis. E quando falo disso, falo dos dois carros oficiais de Al Unser Jr e Emerson Fittipaldi.

Não foi por falta de tentativas, deve-se dizer. No último ano da IndyCar antes da separação entre CART e IRL, foi um ano fascinante, pois havia 45 pilotos para os 33 lugares presentes. Hoje em dia, quem segue isto sabe que há mais lugares vagos do que pilotos presentes, embora este ano está igual por igual...

Mas voltemos a 1995. A Penske fazia chassis desde o seu inicio, em meados dos anos 60, e sempre se orgulhou de fazer os melhores do campeonato, mesmo quando foi para a Formula 1, na sua curta aventura de duas temporadas, entre 1974 e 1976. E em 1994, tinha sido um ano dominante para a equipa, com Emerson Fittipaldi, Al Unser Jr. e Paul Tracy. O americano venceu, com oito triunfos, um deles no "Brickyard", com um motor Mercedes preparado para o efeito. E em algumas corridas, a Penske tinha o monopólio do pódio, com os seus três pilotos nos três primeiros lugares.

Só que em 1995, as coisas tinham dado uma volta de 180 graus. Tony George tinha decidido fazer a IRL, levando consigo o "Brickyard", e a CART decidiu mudar algumas regras em relação aos motores, aumentando-as para as 458 polegadas e banindo-as para 1996, algo que Roger Penske considerou como "politico". Apesar disso não o ter impedido de vencer na temporada, o dominio era mais complicado (o chassis não era tão bom como pensavam), e as coisas pioraram na qualificação para as 500 Milhas.

Ali, descobriu-se que o chassis era de dificil controlo, e a velocidade, apesar de não ser de ponta (228 milhas de ponta) pensava-se que era suficiente para passar sem problemas. Quando começou a parte mais complicada, a 13 de maio, verificou-se que era um engano: enquanto que os da ponta marcavam 234 milhas por hora, como Arie Luyendyk e Jacques Villeneuve, a Penske não conseguia marcar um tempo suficiente para se qualificar. E com o passar das horas, a situação piorava.

E isso fez com que todos olhassem para eles e perguntavam: iriam conseguir?

Bobby Rahal emprestou-lhes um chassis Lola para que eles pudessem tentar, como retribuição para o que lhe tinham feito no ano anterior. Emerson Fittipaldi conseguiu 223 milhas por hora, cinco milhas mais veloz do que Al Unser Jr, mas não era suficiente. O brasileiro aumentou para 227 milhas por hora, e parecia que iria ficar, mas uma nova tentativa a 226 milhas por hora fora descartada pela equipa, o que fez enraivecer Fittipaldi.

No dia decisivo, Emerson consegue 224,907 milhas por hora, e tinha o 32º tempo provisório, mas ainda faltavam mais pilotos, como Davy Jones, o francês Franck Freon, o sueco Stefan Johansson e o próprio Al Unser Jr. Jones e Johansson acabaram por ser mais velozes do que o brasileiro, e o escândalo acontecia no "Brickyard": a mitica Penske iria ver a corrida da bancada, e Fittipaldi e Unser Jr, vencedores nas 500 Milhas e do campeonato, estavam de fora. 

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