Nas minhas pesquisas no Google, após a noticia da morte de Renzo Zorzi, esta sexta-feira, aos 68 anos de idade, descobri uma coisa fantástica, e de uma certa forma rara: uma entrevista, feita a um jornal de Bari, a "Gazzetta del Mezzogiorno" em setembro de 2012. Zorzi, então com 65 anos, vivia a reforma naquela área, depois de ter ido para lá no inicio dos anos 90 para trabalhar no circuito de Binetto, como piloto de testes da Pirelli, o sitio onde tinha começado, de uma certa forma, a sua carreira.
A entrevista, feita pelo jornalista Amerigo Di Peppo, é interessante: fala que ainda participou em campeonatos de "offshore", onde foi terceiro classificado em campeonatos de Itália e da Europa. Decidi traduzir e colocar aqui.
Q - Mas no que consiste essa nova atividade?
R - Faço parte de uma equipa com mais seis pilotos: percorriamos cinco mil quilómetros por dia, ao volante dos protótipos. Os testes são desenvolvidos na estrada, porque em pista os carros não são experimentados. No final do dia, um engenheiro recolhe os dados e envia para a sede. Iniciamos esta experiência há quatro anos. Sendo o chefe dos pilotos de testes da Pirelli, sempre que faço alguma proposta à sede, sinto que o "feedback" tem sido positivo.
Q - O que mudou a Formula 1 do seu tempo?
R - A diferença principal era que o piloto no meu tempo contava com 40 por cento do resultado. Hoje em dia deverá rondar os dez por cento, embora a diferença de um por cento pode sempre fazer a diferença.
Q - Mudou tudo?
R - Hoje em dia é mais patrocinios e mais "showbizz", mas menos espetáculo no sentido da emoção. As corridas de então eram mais verdadeiras, agora domina a tecnologia, para saber vencer agora têm de saber mexer com tantos botões no volante.
Q - Quem são os melhores do pelotão?
R - Alonso e Hamilton, pelas suas estratégias na corrida. Lewis deve corrigir alguns dos erros que ainda comete, porque raciocina menos.
Q - Quem vencerá o mundial deste ano? [2012]
R - Tenho a certeza que será Alonso em 90 por cento. A única variável é se acontecer qualquer imprevisto.
Q - E o que se passa com Massa?
R - Ele não consegue encontrar o equilibrio do seu carro e perde-se na pista. Quando o tem bem equilibrado, chega sempre entre os cinco primeiros.
Q - Deveria mudar de ares?
R - Não, porque uma vez sais da Ferrari, não encontraras mais uma equipa que esteja emergente.
Q - Mas caso saia, quem poderia ficar com o seu lugar?
R - Não vejo pilotos ao seu nível. Talvez [Sergio] Perez fosse o piloto ideal para viver a Ferrari.
Q - Esta Formula 1 não tem italianos. Porquê?
R - É uma questão de patrocinios. Não tempos multinacionais ou chefes de estado como [Hugo] Chavez que sustenham os nossos rapazes. Na minha opinião, um colosso como a Eni deveria dar a mão aos nossos pilotos que saem do viveiro da Ferrari.
A entrevista, feita pelo jornalista Amerigo Di Peppo, é interessante: fala que ainda participou em campeonatos de "offshore", onde foi terceiro classificado em campeonatos de Itália e da Europa. Decidi traduzir e colocar aqui.
Q - Mas no que consiste essa nova atividade?
R - Faço parte de uma equipa com mais seis pilotos: percorriamos cinco mil quilómetros por dia, ao volante dos protótipos. Os testes são desenvolvidos na estrada, porque em pista os carros não são experimentados. No final do dia, um engenheiro recolhe os dados e envia para a sede. Iniciamos esta experiência há quatro anos. Sendo o chefe dos pilotos de testes da Pirelli, sempre que faço alguma proposta à sede, sinto que o "feedback" tem sido positivo.
Q - O que mudou a Formula 1 do seu tempo?
R - A diferença principal era que o piloto no meu tempo contava com 40 por cento do resultado. Hoje em dia deverá rondar os dez por cento, embora a diferença de um por cento pode sempre fazer a diferença.
Q - Mudou tudo?
R - Hoje em dia é mais patrocinios e mais "showbizz", mas menos espetáculo no sentido da emoção. As corridas de então eram mais verdadeiras, agora domina a tecnologia, para saber vencer agora têm de saber mexer com tantos botões no volante.
Q - Quem são os melhores do pelotão?
R - Alonso e Hamilton, pelas suas estratégias na corrida. Lewis deve corrigir alguns dos erros que ainda comete, porque raciocina menos.
Q - Quem vencerá o mundial deste ano? [2012]
R - Tenho a certeza que será Alonso em 90 por cento. A única variável é se acontecer qualquer imprevisto.
Q - E o que se passa com Massa?
R - Ele não consegue encontrar o equilibrio do seu carro e perde-se na pista. Quando o tem bem equilibrado, chega sempre entre os cinco primeiros.
Q - Deveria mudar de ares?
R - Não, porque uma vez sais da Ferrari, não encontraras mais uma equipa que esteja emergente.
Q - Mas caso saia, quem poderia ficar com o seu lugar?
R - Não vejo pilotos ao seu nível. Talvez [Sergio] Perez fosse o piloto ideal para viver a Ferrari.
Q - Esta Formula 1 não tem italianos. Porquê?
R - É uma questão de patrocinios. Não tempos multinacionais ou chefes de estado como [Hugo] Chavez que sustenham os nossos rapazes. Na minha opinião, um colosso como a Eni deveria dar a mão aos nossos pilotos que saem do viveiro da Ferrari.
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