A noticia de que Stefano Domenicalli iria participar na discussão dos motores pós-2020 por parte da FIA causou agitação, pois o italiano, que preside a Lamborghini, e que faz parte do grupo da Audi, tem passado na Ferrari e claro, a ideia de que o Grupo Audi poderia pensar num ingresso na Formula 1 tornou-se em algo real. Logo, logo, desenhos de carros da Lamborghini e da Audi apareceram, enxameando a internet, mas a realidade apareceu logo para apagar essas ilusões.
As razões são simples: de facto, a reunião tinha a ver com a Formula 1, mas outras modalidades estão envolvidas, logo, o aparecimento de um representante da Audi seria de esperar. É que para além da Formula 1, esse novo motor será comum a outras modalidades, a saber:
- Campeonato do Mundo FIA de Endurance,
- Campeonato do Mundo FIA Ralis,
- Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1,
- Campeonato do Mundo FIA de Rallycross,
- FIA Fórmula 3
- DTM
Como é sabido, nem todas as marcas estão em todas estas categorias, e a Audi está - ou esteve - na Endurance, Rallycross e DTM. E para além disso, neste momento, está a construir um carro para a TCR, outro campeonato de Turismos sancionado pela FIA.
“Nenhuma das marcas do grupo – seja Volkswagen, Audi ou Lamborghini, etc – está interessada em ingressar na Fórmula 1. No entanto, estamos interessados em perceber qual é o próximo conceito para os motores de competição e decidimos tomar parte na reunião da próxima sexta-feira”, afirmou um porta-voz da Audi em declarações prestadas ao site português SportMotores.com.
”Decidimos enviar o Stefano Domenicali por estar habituado a este tipo de reuniões”, acrescentou esse porta-voz. E o mesmo site fala que há uma marca japonesa e outra francesa presente nessa reunião (talvez Toyota e Citroen/Peugeot), o que isso não significa que estejam a pensar na Formula 1.
Em suma, vendo as coisas desta forma, as pessoas pensam que a Formula 1 é tudo, e sem ela, as marcas não tem qualquer visibilidade. Isso já teve resposta já bastante tempo, pois como viram, as várias marcas que nunca estiveram na Formula 1 - Audi na Endurance, Volkswagen e Citroen nos Ralis - são bem conhecidas nas suas modalidades e não precisam da Formula 1 para nada.
E se quisermos ver bem as coisas, a ideia de construtoras na Formula 1 não deverá acontecer tão cedo. As prioridades das construtoras são o carro elétrico. Basta ver a lista de inscritos e reparar que, tirando a Techeetah, as restantes nove equipas são construtoras que ou participam oficialmente - Jaguar e NextEV, por exemplo - ou em aliança com a marca - Audi com Abt, Renault com e.dams, Andretti com a BMW. E até marcas que estão na Formula 1 querem tentar a sua sorte nessa categoria, com McLaren e Williams a querem colocar ou construir baterias para os seus carros.
E já agora, que tipo de motor eles discutirão? Fala-se de um motor de 2 litros, quatro cilindros em linha, com a opção de um turbo para a Formula 1 e um atmosférico numa outra categoria. Contudo, as discussões vão ser longas e haverá posição pela certa. A Ferrari nunca gostou de motores em linha e da última vez, convenceu as outras marcas que pretendia um V6 híbrido, aquele que temos hoje.
Portanto... Audi na Formula 1, não. E quanto aos motores, lá para 2021 é que veremos que tipo de motor é que teremos, e em que categorias.
1 comentário:
Tomara que você esteja errado Paulo, pois ver a Audi relegada à F-E é o mesmo que ter Cristiano Ronaldo na série B...
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