"Gonchi". Custa a crer que já passaram vinte anos desde aquele dia em Laguna Seca. Lembro-me, em garoto, de ver um livro do Michel Vaillant, de uma corrida de Formula 5000, num duelo entre dos pilotos que acabava na "Corkscrew", a curva do Saca-Rolhas, com um deles a capotar e a acabar numa árvore plantada na zona, pois eram os anos 70 e os guard-rails não existiam em todo o lado. Foi o primeiro acidente fatal que vi desenhado num livro do Michel Vaillant.
Aquilo ficou tão imprimido na minha memória que lembrei disso quando vi as imagens do acidente dele no dia da corrida, que deu na Eurosport (eles na altura tinham os direitos televisivos).
Que Gonzalo Rodriguez tinha talento, tinha. Estaria a vê-lo em grandes duelos com Juan Pablo Montoya na Formula 1 ou na IndyCar Series, na década seguinte, da mesma forma que vi na Formula 3000 contra pilotos como Mark Webber ou Justin Wilson, e a vencer como venceu no Mónaco e em Spa-Francochamps, e a colocar o Uruguai no mapa automobilístico e tal como Montoya, a mostrar que na América do Sul, havia mais do que Argentina e Brasil.
Mas claro, nunca saberemos a resposta. Apenas teve 24 anos de vida para mostrar o seu talento. Que não chegou à Formula 1 e mal arranhou a superfície na IndyCar, pela Penske. Já agora, aproveitem e vão ver o documentário que fizeram sobre a sua vida e carreira, que vale a pena.
1 comentário:
Absolutamente chocante. E pensar que 1999 ainda nos reservaria outra data ruim (31 de outubro)... O documentário é muito bom mesmo, vale a pena assistir.
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