sábado, 14 de setembro de 2019

A imagem do dia

Parece que foi ontem, mas aconteceu há precisamente cinco anos. Todos observavam isto entre o cepticismo saudável e o torcer para que fracassasse. Mas em Pequim, vinte carros estavam alinhados para aquilo que viria ser a primeira prova de sempre da Formula E, a competição elétrica de automobilismo, tutelada pela FIA.

A Formula E foi uma ideia de Alejandro Agag que viu o que poucos tinham visto. A eletrificação chegava, velozmente, e era a altura de ter uma competição para que as marcas pudessem aderir e gastar o seu dinheiro em sistemas de propulsão elétricos, em chassis iguais e baterias semelhantes, para passar a ideia que este tipo de carros eram velozes e as corridas competitivas. Era um projeto do qual só os mais empedernidos é que acreditavam. Até os pilotos convidados tinham as suas dúvidas, especialmente quando os carros eram trocados a meio da corrida, alvo do escarnecimento dos céticos. Esquecendo-se, porém, de que eles não estavam a fazer nada mais daquilo que a Formula 1 já fez com os reabastecimentos e as trocas de pneus, por exemplo.

A corrida em si foi emocionante, e acabou com estrondo, na curva antes a meta, quando Nicolas Prost chocou com o carro de Nick Heidfeld e este último voou para as redes de proteção, felizmente, sem consequências fisicas. E claro, Lucas di Grassi entrou para a história, sendo o primeiro vencedor da prova.

Cinco anos depois, o pelotão alargou-se, as baterias são mais potentes, os carros são mais velozes, há mais corridas, mais interessados, mais marcas. Das onze presentes, oito são construtores - NIO, DS, Audi, Venturi, Nissan e Jaguar - e mais duas novas, com a entrada esta temporada da Mercedes e da Porsche. E de vez em quando, lá se fala de mais marcas como a Ford ou alguma chinesa. E o calendário alarga-se, com este ano a termos treze provas. 

É certo que as pistas são pequenas e todas citadinas, e colocando esses carros contra uns Formula 1, perderão sempre. Mas pedir aos Formula E que sejam exatamente como os Formula 1 é ainda pedir muita coisa, e ainda por cima, o que se quer é o desenolvimento de uma tecnologia que depois se colocará nos carros de estrada, é como pedir tudo já. Vai levar o seu tempo, e também não é o conceito da Formula E.

Mas ver esta quantidade de construtores e a sua crescente popularização já é uma vitória e para Agag, mostrou que valeu a pena apostar na ideia.

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