quarta-feira, 5 de outubro de 2022

No Nobres do Grid deste mês...


Nascido a 26 de fevereiro de 1908 em Paris, era filho de um jornalista do Petit Parisien, que era um apaixonado pelo automobilismo. Cedo ficou também com o bichinho e aos 22 anos, em 1930, arranjou um Bugatti e foi correr no GP de Pau, no sul do país. No ano seguinte, terminou em segundo no rali de Monte Carlo, a bordo de um Lorraine, e em 1932, conseguiu as suas primeiras vitórias relevantes, ao triunfar no GP da Lorraine, a bordo de um Bugatti Type 51, repetindo depois no GP de Oran. Em 1933, triunfa na rampa Nice-La Turbie, num Alfa Romeo 8C 2300, e em 1934, o GP da Argélia, num Bugatti Type 59. (...)

(...) Com a Ocupação e a divsão da França em duas, com o governo petanista em Vichy, há quem pense em resistir ao invasor, especialmente quando existe um grupo de franceses, a França Livre, comandada pelo general Charles de Gaulle, que apela à resistência a partir dos microfones da BBC, em Londres. No final de 1940, Winston Churchill decide criar a Special Operations Executive, com o objetivo de “pegar a Europa em fogo”, não só através de ações de sabotagem contra elementos do exército nazi, como também vigiar as movimentações alemãs, tantando estar a par das suas intenções. E para além disso, algumas ações de sabotagem económica contra fábricas, barragens e linhas de elecricidade são feitas no sentido de dificultar a vida dos alemães. Para isso, criam-se redes de comunicação, que reportam a Londres, através de aparelhos, e para garantir que eles estariam sempre em movimento, seriam frequentemente evacuados para o outro lado do canal da Mancha, onde se atualizariam em ações de sabotagem, por exemplo.

A rede “Chesnut” tinha sido montado por Robert Benoist e William Grover-Williams, que tinha como sede Paris e o norte de França, onde essencialmente recrutariam mais gente e recolhiam informações, para além de algumas ações de sabotagem, especialmente na região de Nantes. Entre os recrutados para a rede, Wimille foi um deles, que recruta também a sua mulher, Christiane de la Fressange, uma antiga esquiadora profissional e de origem nobre. Eles julgam que as suas origens mais abastadas possam evitar que estejam debaixo de olho dos alemães. 

Mas não é isso que acontece. Especialmente na primavera de 1944. (...)

Jean-Pierre Wimille foi um dos pilotos mais interessantes e mais versáteis de entre guerras. O piloto da Bugatti, vencedor por duas vezes das 24 Horas de Le Mans, pela Bugatti, quando a França foi derrotada na primavera de 1940 e é dividida em duas, decide colaborar com a Resistência, as Forças Francesas Livres do General Charles de Gaulle. Ao mesmo tempo, é criado em Londres o Special Operations Executive, uma força desenhada para recolher informações e desencadear ações de sabotagem atrás das linhas do inimigo, com resultados diversos. 

Uma das redes criadas é a "Chesnut" que tem Jean-Pierre Wimille, então a colaborar com a Bugatti, e outros dois antigos pilotos: o seu compatriota Robert Benoist, que correu a seu lado na primeira vitória em Le Mans, em 1937, e o britânico William Grover "Williams", o primeiro vencedor do GP do Mónaco, em 1929. os três, apenas Wimille escapa da captura pelos alemães... mas é por muito pouco, em julho de 1944, a poucas semanas da libertação de Paris pelos Aliados. 

Sobre isso, existe um excelente livro, "Grand Prix Saboteurs", do britânico Joe Saward.

E sobre a vida e os feitos de Jean-Pierre Wimille, que muitos consideram que poderia ter sido o primeiro campeão do mundo francês, falo neste mês no Nobres do Grid.

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