De facto, Hunt dominou o fim de semana: fez a pole, e apesar de ter perdido o comando para Hans-Joachim Stuck, regressou ao comando na volta 15, quando o alemão da Brabham se acidentou, para não largar mais, mesmo com a pressão de Mário Andretti nas voltas finais.
E a corrida aconteceu mesmo na melhor altura. De uma certa forma, este foi o dia de consagração para o austríaco. Ele, que um ano e dois meses antes, quase morrera no GP da Alemanha, no Norsschleife. Toda a gente o tinha visto no seu regresso, em Monza, 40 dias depois do seu acidente, entre o espantado e o petrificado, e como ele lutou pelo título, até ao momento em que desistiu voluntariamente em Fuji, afirmando alfo que ficou na memória: "A minha vida vale mais que um título mundial".
Em 1977, Lauda foi totalmente pragmático. Com gente a falar à boca cheia de que tinha perdido a sua velocidade e sua agressividade, ele respondeu em pista. Triunfou em Kyalami, depois em Hockemheim e Zandvoort, mas pelo meio, tinha conseguido mais seis pódios e apenas duas desistências, em Jarama e Anderstorp, sinal de que o carro era resistente. Tanto que, quando Lauda triunfou em paragens neerlandesas, tinha já 21 pontos. E claro, a três corridas do final, ele já era campeão.
E foi ali que atacou forte e feio, quando aproveitou o fim de semana italiano para afirmar que será piloto da Brabham em 1978, sem avisar alguém. Ele sabia que Ferrari queria alguém no seu lugar, e estava interessado em Gilles Villeneuve e tinha ficado com ele, alegando que também tinham apostado num desconhecido, na figura de Lauda. Este já sabia que não iria ficar por muito tempo e muito pragmaticamente, resolveu a sua vida.
Mas já sabem... há muitos que se julgam ser a pessoa mais esperta da sala. Nem sempre. Lauda foi dos poucos que conseguiu tirar o tapete ao Commendatore. É mais uma razão para admiração, também.
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