sábado, 27 de maio de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 6, Mónaco (Qualificação)


Depois da falsa partida de Imola, por causa das inundações na região, a Formula 1 está noutro lugar clássico, o principado do Mónaco. Um lugar do qual algumas pessoas andam crescentemente a resmungar a sua razão de ser no calendário - esquecendo-se que os carros ficaram maiores com o passar dos anos - e no qual, muitos do que se querem mostrar, como celebridades, adoram passear pelo paddock, para delicia dos fotógrafos de serviço, que dobram, porque para além dos habituais, temos os "paparazzos", que tem ali mais alguns motivos de lucrar com a sua presença. 

Os pilotos andaram ao longo deste dia e maio a dar o seu melhor, num lugar onde um erro ou hesitação significa um acidente forte nos guard-rails. Quando dá certo, dá excelentes imagens, e quando não dá... muito trabalho aos mecânicos. Mas neste final de semana, toda a gente parecia que estava a gostar do Mónaco. E as expectativas para a qualificação eram altas, especialmente com uma corrida onde se previa, com quase muita certeza, chuva. 

Contudo, foi debaixo de um sol primaveril que a qualificação começou.  


As coisas até andavam razoáveis até que a meio da Q1, Sérgio Pérez bate em Ste. Devote, estragando o eixo traseiro esquerdo, e com o carro parado no meio da pista, atrapalhava o tráfego. Por esta altura, os tempos baixavam e os McLaren estavam à cabeça dos tempos, com Lando Norris a fazer 1.13,485. Sem poder mexer, a primeira (e única) bandeira vermelha da qualificação foi mostrada. A primeira baixa do pelotão, o mexicano iria largar, provavelmente, do fundo da grelha. Ou não.

No regresso, o calor fazia-se sentir e os tempos baixavam rapidamente. Até carros como Williams, Alfa Romeo e McLaren aproveitavam, colocavam os slicks moles e iam para o topo da tabela de tempos. A certa altura, Fernando Alonso entrava na pista e fazia 1.12,886 e era o primeiro, para logo depois, Max Verstappen fazer 1.12,644. Leclerc tentou melhorar, mas perdeu quase três décimos de segundo.  O neerlandês acabou por fazer 1.12,386, não sem antes Yuki Tsunoda ter pulado para o topo da tabela de tempos, mostrando um Alpha Tauri bem equilibrado, e quer Carlos Sainz jr, quer Lewis Hamilton, terem se esforçado para passar à fase seguinte, porque tinham tempos inseguros.  

Para além de Pérez, os Haas de Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen e o Williams de Logan Sargent iriam ver o resto da qualificação nas boxes. 

Pouco depois, começou a Q2, e em pouco tempo, os da frente mostraram ao que iam. Max começou com 1.12,038, seguido por Alonso, com 1.12,222, que depois melhora, com 1.12,107. Os pilotos andavam bem perto uns dos outros, logo, marcar um tempo correto e sem erros era a diferença entre passar... e não. Como tinha sentido Yuki Tsunoda da pior maneira, quando queimou a travagem à saída do túnel no seu Alpha Tauri.


Max melhorou, com 1.11,908, e tentou assim afastar-se da concorrência, que se esfarelava para arranjar o tempo para a fase seguinte, e foi aí que o McLaren de Lado Norris bateu na Tabac, com estragos ligeiros no seu carro, que o levou para as boxes. Por incrível que pareça, conseguiu tempo para avançar para a Q3, ao contrário do seu companheiro de equipa, que, intacto, era 11º. Hamilton, que por muito tempo se viu aflito para passar, conseguiu o sétimo melhor tempo e uma ia à Q3.

E depois de alguns minutos, a fase final.

Os pilotos entraram para a pista, marcar tempo, e logo na primeira, o espanhol conseguiu um tempo canhão, quatro décimos à sua frente. 1.11,706, depois de Max ter marcado 1.12,102. Lelcerc melhora e mete-se entre os dois, com 1.11,759, e Sainz Jr consegue ainda melhor: 1.11,735. Tudo muito juntinho, e Max era um incrível quinto na grelha, porque Russell, no seu Mercedes, também conseguiu um tempo melhor que ele.

Mas a seguir, assistimos a um dos momentos mais magníficos desta temporada até agora. E tudo começou quando Esteban Ocon, sem aviso, colocou-se no topo da tabela de tempos com o seu Alpine. Foi o primeiro alerta, que fez com que os outros pilotos teriam de se esforçar para conseguir um bom lugar na grelha. O primeiro foi Alonso, seguido por Leclerc.

O "Principe das Asturias" deu o seu melhor - nem parece que está a caminho dos 42 anos! - e conseguiu um excelente tempo de 1.11,449 depois, que fez as boxes da Aston Martin pulasse em comemoração com a possível - e inédita - pole-position. Mas Max não tinha acabado de se mostrar, e com a sua volta no limite, fizera 1.11,385 e ficava com o melhor tempo. Agora era a altura da Red Bull responder com festa nas boxes. Mais um truque na cartola de Super Max.


Em suma, foi tudo no limite, foi tudo a tirar tudo e mais alguma coisa, esforçaram-se todos, rasparam até nos guard-rails. Mas no final, Max conseguiu outra pole-position. Batendo Alonso, Leclerc e Ocon. E o primeiro posto neles não lhes ficaria mal. Agora é amanhã... a ver se não chove muito, para não estragar os planos desta gente toda. 

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