sábado, 5 de julho de 2025

O oponente de Mohamed Ben Sulayem


O fim de semana do GP da Grã-Bretanha mostrou algo importante acerca da corrida para a presidência da FIA: um oponente a Mohammed Ben Sulayem. E o nome que se avançou para a frente foi a de um antigo comissário com um nome com muito prestígio atrás: o americano Tim Mayer.

Mayer, atualmente com 59 anos, é o filho do cofundador da McLaren, Teddy Meyer, e foi amplamente considerado um dos melhores comissários da FIA durante um período de mais de 15 anos. Contudo, esse trabalhou terminou abruptamente no ano passado, depois do GP americano, em Austin, após uma disputa entre a FIA e os organizadores do Grande Prêmio dos EUA, onde Mayer trabalhava de forma independente como representante da US Race Management, o 'organizador desportivo' em vez do promotor do evento.

Na apresentação, não poupou criticas em relação à presidência de Ben Sulayem:

"Se olharmos para o número de pessoas que se demitiram da FIA, que entraram com as melhores intenções, mas não conseguiram fazer mudanças, ou disseram: 'Não, isso é uma má ideia, Sr. Presidente',  é um reino de terror", disse. “Está a perguntar-se de onde virá o próximo escândalo.”, continuou. 

Ficamos com a ilusão de progresso e de liderança enquanto a equipa mais sénior que ele nomeou [acabou por] partir. A ilusão de inclusão, enquanto vozes capazes, de mulheres e pessoas de diferentes origens, foram eliminadas quando [estas] se manifestaram. Tínhamos a ilusão de transparência e envolvimento. E, talvez o mais corrosivo, a ilusão de integridade. Assistimos a onda após onda de alterações estatutárias, inaugurando [uma era de] maior centralização de poder da história da FIA.

Questionado sobre o facto de Ben Sulayem ter mostrado umas carta de apoio da parte de 36 federações nacionais, e de, historicamente, serem favorecidas candidaturas de continuidade em vez de "rebeldes", Meyer afirmou: “Quando te enfiam uma carta debaixo do nariz e te dizem ‘assina isto, senão...’ qualquer pessoa irá assiná-la. Mas a única votação que conta é em dezembro, este processo ainda terá plena democracia.”, concluiu.


Historicamente, e como foi dito acima, Meyer tem tudo contra ele. Mas é um facto que a FIA passa por sarilhos bem grandes, especialmente as tensões com os pilotos, quer os da formula 1, quer com os dos ralis, especialmente por causa da conduta, onde se aplicam multas cada vez que dizem "obscenidades" nas comunicações com as equipas, e são divulgadas nos meios de comunicação. Se com os pilotos de ralis - que entretanto se organizaram na WoRDA (World Rally Drivers Association) - a FIA chegou a um entendimento, com os pilotos da Formula 1, organizados na GPDA (Grand Prix Drivers Association), as tensões acalmaram-se, mas sem qualquer acordo nesse sentido, o que significa que mais cedo ou mais tarde, novas polémicas poderão acontecer, especialmente com a Formula 1 cada vez mais a pertencer à Liberty Media.  

As eleições são em dezembro, e não se pode colocar de lado a ideia de poder haver mais candidatos ao cargo. 

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