Entendo também o outro lado, especialmente os brasileiros. Ter um dos seus numa outra equipa, seria o passo para o regresso a um auge que existia há 15 anos, por exemplo. Mas também entendo estas criticas de outra forma: tendo dois "veteranos" na equipa é uma "inutilidade", gente que são "has been". Isso é etarismo, deitar fora a experiência em nome da juventude. Mascar e deitar fora.
Alguém me lembrou por estas horas da Brawn. Apesar de ter acontecido há 16 anos, está ainda fresca na memória as conversas de então sobre a escolha de Jenson Button e Rubens Barrichello, especialmente na parte brasileira, porque nos tempos da Honda, tinham feito um teste em Barcelona, onde Lucas di Grassi e Bruno Senna foram testar o carro de 2008 com as especificações que iam entrar em 2009. E quando escolheram Rubinho, o mar de criticas, por Ross Brawn ter preterido Senna sobrinho, foi bem vasto e bem selvagem.
Agora que sabemos do resultado final, acho que o Bruno teria sido um "calhau", e se calhar faria bem pior que Button, mas isso sou eu. Teria feito pior que Barrichello, tenho quase a certeza.
Muitas das vezes, a experiência é uma excelente escolha num só sentido: fazer evoluir a máquina. Sacrifica-se o "agora" para ganhar mais tarde. Foi o que fez, por exemplo, a Red Bull, quando foi buscar o David Coulthard, em 2005, ou a Mercedes, quando foi buscar o Michael Schumacher, em 2010. Podem ter tido resultados modestos na primeira ou segunda temporada, mas no final, apenas abriram caminho para melhores resultados para pilotos mais novos e mais agressivos, no sentido de ganharem corridas e eventualmente, títulos.
Em suma, eles sabem o que fazem. Estão a sacrificar o curto prazo para o longo prazo. Eles não estão a querer ficar aqui para ficar cinco temporadas, porque não ganharão títulos até lá. Não estão aqui para "win on Sunday, sell on Monday" (ganha no domingo, vende carros na Segunda), estão aqui para deixar uma marca numa competição que é a Formula 1. Reparem: onde andam os norte-americanos? Meteram um mexicano!
E não contem com americanos tão cedo, nem em 2028.
A Cadillac não quer saber de nacionalismos bacocos, por agora. São sérios e vêm aqui para o longo prazo. Querem competir em 2035, de igual forma que competem na Endurance, na IndyCar, de igual forma que andam por aqui outras marcas como a Mercedes, por exemplo, que está na Formula 1 há 30 anos, e não sairá dali tão cedo. Ou a Audi, que entrará a sério em 2026, mas aproveitou a Sauber. A tática é diferente, mas sabem quem está na mó de cima? O que tem o único pódio de 2025, até agora? É o veterano!
Em suma, não menosprezem a experiência. São mais úteis que julgam.


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