sábado, 30 de agosto de 2025

Formula 1 2025 - Ronda 14, Zandvoort (Qualificação)


A Formula 1 regressa ao ativo depois de (quase) um mês de férias, e começa... à beira do mar. Teria a sua graça se fosse no Mediterrâneo, mas na realidade, é no mar do Norte, nos arredores de Amesterdão, um lugar onde tem fama de ser algo liberal à noite e muito clássicos de manhã, com os seus museus, igrejas e canais, e claro, a fama de ser plano, onde se quiser, pode andar de bicicleta por cem quilómetros e não será chateado nem correrá o perigo de ser atropelado por um automóvel ou comboio.

Claro, a grande noticia das férias foi o anuncio da dupla de pilotos, os primeiros, da Cadillac para 2026. E se boa parte não achou graça por terem escolhido "dois segundos pilotos" - li muito isso durante a semana - creio que Valtteri Bottas e Sérgio Pérez trarão aquilo que a marca precisa nesta sua primeira temporada: experiência para fazer evoluir o carro, especialmente numa primeira temporada onde o último lugar está praticamente garantido.

No fim de semana de verão em Zandvoort, o autódromo poderá estar cheio, mas o domínio laranja será mais do tom papaya, e não tanto o "Oranje" dos últimos anos, com Max Verstappen na Red Bull. Com o carro a ficar pior, em relação a 2024, e numa equipa em ebulição, as chances do pentacampeonato para Max Verstappen estão a diminuir de corrida para corrida. 


Com o tempo ameno, a qualificação começou com... um incidente. Ao longo do final de semana, especialmente nos treinos livres de sábado de manhã, Lance Stroll bateu com o carro no muro, dando trabalho extra aos mecânicos, porque a qualificação estava perto. Conseguido o "milagre", o canadiano pegou no carro, deu a sua primeira volta na Q1... e bateu de novo, antes de completar a sua volta. O piloto canadiano, ao tocar com uma roda na relva, perdeu o controlo do carro, despistou-se na gravilha e embateu nas barreiras. Apesar de conseguir regressar às boxes, o seu carro necessitou de uma nova asa dianteira e de verificações no fundo, pondo fim à sua participação na sessão. 

Pouco depois, a sessão prosseguiu com os McLaren no topo da tabela de tempos. Especialmente Lando Norris, que com uma volta impressionante de 1.09,469, liderou a tabela de tempos, com o seu colega de equipa, Oscar Piastri, a assegurar o segundo lugar, apenas a 158 centésimos de diferença. Ambos os pilotos da McLaren demonstraram um ritmo excecional, mesmo utilizando pneus macios já usados.

Em contraste, os Ferrari tinham dificuldades, mesmo com pneus novos. Os seus pilotos não conseguiram tempos competitivos, com Hamilton a figurar em 11º e Leclerc mais atrás, na 14ª posição, necessitando de um segundo jogo de pneus para tentar melhorar para ficarem mais confortáveis para passar à P2.

No final, quem ficou com a "fava" foram Stroll, sem marcar tempo, os Haas de Esteban Ocon e Ollie Bearman, o Alpine de Franco Colapinto e o Sauber de Nico Hulkenberg. Gabriel Bortoleto esteve perto de ser eliminado, mas conseguiu levar a melhor, enquanto a Haas pagava o preço pelas dificuldades sentidas em Zandvoort. 

Poucos minutos depois, começou a Q2, e as primeiras voltas foram sem história, até que Charles Leclerc disse pela rádio que viu algo estranho: uma raposa. Rapidamente, a pista ganhou uma nova mascote, e parece que certos lugares estão a ganhar alguma reputação em termos de contacto com a Natureza...

A meio da sessão, a McLaren entrou em ação e rapidamente deixou a sua marca. Lando Norris, com pneus novos, registou um impressionante 1.08,874, estabelecendo um novo ponto de referência. O seu colega de equipa, Oscar Piastri, seguiu de perto, ficando a menos de um décimo de segundo, confirmando a excelente forma da equipa de Woking. Simultaneamente, Lewis Hamilton e Charles Leclerc mostraram melhorias significativas, com o britânico a conseguir o quarto melhor tempo, seguido pelo seu companheiro de equipa, indicando que a Ferrari estava a começar a encontrar algum ritmo.

Na parte final, com os McLaren bem instalados na primeira fila, a grande correria era para ver quem conseguia entrar na Q3 e quem iria assistir o resto da qualificação mas boxes. Parecia que Bortoleto iria ser um deles, mas do resto, nada se sabia. Cedo soube que iria ser acompanhado pelo Alpine de Pierre Gasly, do Williams de Alexander Albon, do Red Bull de Yuki Tsunoda e, algo surpreendentemente, do Mercedes de Andrea Kimi Antonelli. Em contraste, os Racing Bulls passavam, bem como o Aston Martin do "Matusalém" da competição, Fernando Alonso. 

E claro, chegamos agora à Q3. 

Os primeiros a sair foram os McLaren, com Piastri a ser o primeiro, seguido de Norris. O australiano começava com 1.08,662, com Norris não muito atrás, com 1.08,674. 12 milésimos de segundo, era mesmo idêntico, mostrando o verdadeiro equilíbrio na McLaren, quer em termos de pilotos, quer em termos de máquinas.

Hamilton cedo ficou com o terceiro melhor tempo, antes de Russell fazer 1.09,255, e claro, esperava-se do que poderia fazer Max Verstappen. Apenas sétimo, antes de Charles Leclerc conseguir um tempo oito décimos pior (1.09,536), mas suficiente para ser quarto na grelha provisória. Hamilton melhora o suficiente para desalojar o seu companheiro de equipa, mais dez milésimos, mas pouco depois, Max consegue 1.09,048 e bate os Ferrari, para ser terceiro. E tudo isto na primeira parte da sessão. 

Passados uns minutos, mais concretamente no último minuto da qualificação, os pilotos preparavam-se para os resultados a sua última tentativa. Os McLaren eram os primeiros, e Norris não conseguia mais que 1.08,750, ficando à mercê dos outros. Especialmente Piastri.


E logo a seguir... não melhorou. Piastri fez 1.08,754, mais lento que Norris, mas nenhum deles conseguiu melhorar os tempos da primeira parte, provavelmente, porque a temperatura do asfalto arrefecia, e os pneus perdiam alguma eficácia. Max melhora o seu tempo, ficando a 263 centésimos da pole, mas é apenas terceiro, nem quebra o monopólio dos "Papaya Orange". Em quarto, e de forma surpreendente, ficou Isack Hadjar, que conseguia o seu melhor lugar na grelha na temporada, e claro, na frente de Ferrari e do Mercedes de George Russell. Acho que este acaba na Red Bull...

Assim foi a primeira qualificação depois das férias. Resta saber como será amanhã. Poderá ser emocionante ou um bocejo. Tudo é possível. 

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