terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Tiago Monteiro e o futuro do automobilismo português


Já é oficial: Tiago Monteiro não vai correr na Formula 1 este ano. Era um desfecho esperado, desde que ele não renovou o seu acordo com a Spyker, em Dezembro.
A razão pelo qual ele não fez este anuncio mais cedo foi que houve uma forte hipótese de correr este ano pela Toro Rosso, a segunda equipa da Red Bull no pelotão da Formula 1. Isso era algo do agrado de Gerhard Berger, que toma conta da equipa, mas o seu proprietário, o austriaco Dieter Maeschitz, não queria, pois desde o inicio que queria manter os pilotos do ano passado, o italiano Vitantonio Liuzzi e o americano Scott Speed.


Então porque só agora? Bom, Berger não gostava dos seus pilotos e queria alguém mais capaz. Além do mais, Maeschitz e Berger tinham acordado que ambos contribuiam com 50 por cento do orçamento. Monteiro tinha aparentemente 9 milhões de dolares de patrocinios, mas parece que não eram convincentes para garantir um lugar. Berger queria-o, mas o "Mr. Red Bull" não. Sendo assim, para desbloquear a situação, ele deve ter garantido que contribuia a 100% para o orçamento deste ano, já que amanhã é a apresentação oficial do novo carro.


Bom, e agora? Ele diz que vai tentar regressar à Formula 1 em 2008, mas agora ele tem 30 anos, já não é novo para tentativas de regresso. A ChampCar é a melhor hipótese, pois ele já correu em 2003, com bons resultados (uma pole e um pódio na Cidade do México). Também tem a WTCC, o Campeonato do Mundo de Turismos, pois ele testou há umas semanas com o carro oficial da equipa Seat, mas não creio que tal coisa aconteça.


Uma coisa é certa: não acredito no regresso. São demasiados pilotos para meros 22 lugares (24 a partir do ano que vêm), e o que eles querem são "jovens lobos", ou alguém consagrado. Não acredito muito que Monteiro ganhe a ChampCar em 2007, mas espero que faça uma boa temporada...


E agora, pergunta-se: iremos ter algum piloto português na Formula 1 num futuro mais proxímo? Essa é a "pergunta do milhão de euros". Há boas hipóteses, nas figuras de Filipe Albuquerque e Alvaro Parente, mas o primeiro tem melhores hipóteses.
Albuquerque é apoiado pelo "Red Bull Junior Team", e ganhou dois campeonatos de Formula Renault em 2006. Em 2007 vai correr na WSR (World Series by Renault), um campeonato com motores de 3.5 litros, onde Alvaro Parente foi quinto classificado no ano passado. Se ganhar, tem duas hipóteses: ou vai para a GP2 ( a antecâmara da Formula 1) numa equipa ganhadora, ou pode ir logo para a Formula 1 como terceiro piloto, preparando-se para a acção em 2009. Ou pode ser uma mistura dos dois...


Quanto a Alvaro Parente, as coisas andam complicadas para ele. Após ter sido campeão de Formula 3 britânica, em 2004, e de ter sido quinto classificado na WSR 3.5, no ano passado, teve hipótese de ir este ano para a GP2. Mas a falta de patrocinios fez com que, por agora, as portas estejam fechadas. Agora, só se voltar para a WSR 3.5, numa boa equipa. Mas acho que já vai tarde para isso... Outra boa hipótese é a ChampCar, pois ainda há muitos lugares para preencher.
Bom... eis o nosso panorama. Não digo que não fomos feitos para a Formula 1, mas acho que, à medida que isto se alarga para outros mercados, a nossa pequenez se torna mais evidente. E a não ser que tenhamos albergado algum talento fora de série, como os espanhois têm o Alonso, a "nossa" presença não vai ser mais do que um mero parágrafo. Oxalá esteja errado...

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