Este fim de semana, o mundo dos Ralies comemorou o quarto título mundial de Sebastien Löeb, tornando-se agora, aos 33 anos, num dos melhores pilotos de sempre na categoria. Com Marcus Gronholm em retirada, e com homens como Jari-Mari Latvala e Mirko Hirvonnen demasiado jovens (e inexperientes) para o contestar nas classificativas, tudo indica que Löeb será o próximo Michael Schumacher dos ralies, auguranto um quinto título mundial em 2008. Pelo menos, é o que se transparece no artigo escrito hoje no jornal "Público", sobre a carreira do novo tetra-campeão do mundo..."Sébastien Loeb, um campeão fora-de-série até nas circunstâncias que encontrou"
05.12.2007, Hugo Daniel Sousa
O francês Sébastien Löeb é o piloto com mais vitórias em provas do Mundial de ralis (36) e acaba de conquistar o quarto título mundial, algo que só os finlandeses Juha Kankkunen (1986, 1987, 1991 e 1993) e Tommi Makinen (1996 a 1999) tinham conseguido. Com a retirada de Marcus Gronholm, a tarefa do tetracampeão no caminho para um inédito quinto título parece ainda mais facilitada. Será Loeb o melhor piloto de sempre? O que é que este francês de 33 anos tem que os outros não têm?
"Loeb é muito bom, mas tem tudo a seu favor", responde Armindo Araújo, português que esta temporada disputou o Mundial de Produção (P-WRC) e viu de perto algumas das actuações do francês ao volante do Citroën C4. A análise é partilhada por Bruno Magalhães, campeão nacional de ralis. Ambos elogiam o francês, considerando-o um "grande piloto", "frio", que "comete poucos erros", mas ambos destacam as condições ideais de que o piloto alsaciano beneficia.
"Os bons pilotos estão nas boas equipas. O Loeb está no sítio certo à hora certa, e está na Citroën numa altura em que a equipa é muito forte", destaca Bruno Magalhães, que tem reservas em considerá-lo o melhor de sempre: "Quando um piloto ganha com demasiada facilidade algo de errado se passa". Armindo Araújo acrescenta outro factor. Actualmente, a luta pelo título centra-se em duas equipas (Ford e Citroën). "No tempo de Tommi Makinen, Carlos Sainz, Colin McRae e Richard Burns havia muitos candidatos, todos tinham de andar nos limites e, se erravam, ficavam afastados do título", diz o antigo tetracampeão nacional."Fora do comum
Estes argumentos, porém, não convencem Guy Fréquelin, director desportivo da Citroën que precisamente este ano se despede dos ralis. "No primeiro ano em que fez o campeonato completo [2003], ficou à frente de muitos deles", disse à AFP. Nesse ano, Loeb foi segundo, a um ponto de Petter Solberg, e à frente de Sainz, McRae e Makinen. Por isso, o pai espiritual de Loeb, como a AFP lhe chamou, não hesita em dizer que "os quatro títulos são mais fortes do que os de Kankkunen e Makinen".
Carlos Barros, director desportivo da Peugeot Portugal e que chegou a colaborar com Jean Todt nos ralis, também reconhece que Loeb tem uma equipa fortíssima - até gostava de o ver noutra formação - e que convive com menos adversários do que os seus antecessores, mas, acima de tudo, vê no francês um piloto "extraordinário, fora do comum". "Nestes últimos 30 anos, é dos mais completos. Lembro-me do alemão Walter Rohl, que, tal como o Loeb, também fazia o que queria de um carro, sem sair de estrada", argumenta Barros, avisando, no entanto, que é sempre "complicado" comparar pilotos de épocas diferentes. Uma das situações que para Carlos Barros distingue Loeb de outros campeões é que o francês é um "produto" da Citroën e de Guy Fréquelin. Foi este antigo piloto francês que o descobriu, como o próprio conta. "Quando o vi no Rali da Alsácia, num Saxo, era impossível saber que iria ser um campeão deste nível, mas vi logo que tinha potencial."
Carlos Barros acrescenta ainda que Fréquelin foi gerindo a carreira de Loeb, permitindo-lhe aperfeiçoar--se constantemente. "Loeb nunca fica 15 dias sem andar num carro de corridas, o que é muito importante", destaca o engenheiro português, enquanto Armindo Araújo recorda que o alsaciano "aprendeu muito" com Sainz e McRae.
Unânime, por outro lado, é que Seb é ainda mais favorito a vencer o Mundial de ralis na próxima temporada. Gronholm, que tem sido o grande adversário, já anunciou a retirada e poucos pensam que os finlandeses Mikko Hirvonen e Jari-Mari Latvala, ambos da Ford, possam fazer já frente ao francês. E, como explicou à AFP, Sébastien Loeb tem contrato com a Citroën até 2009 e pensa continuar, porque ainda sente "prazer" em competir. Por isso, o francês tem caminho aberto para se tornar o piloto com mais títulos de sempre no Mundial de ralis, embora alguns, como Armindo Araújo, pensem que "talvez Loeb nunca consiga ter o carisma do Colin McRae, que é recordado como um mito".
4 comentários:
Sobre a última frase:Pode até ser que sim,Loeb vai ser o Schumacher dos Rallys e Collin Mcrae será como o mito Senna.A história se repete...
Beijos
O carisma é meio caminho andado para serem recordados para sempre
www.16valvulas.wordpress.com
Muito bom. Löeb não será esquecido. O fato da Citroen ser campeão pelas mãos do piloto também o ajudará muito ao longo da história. Também concordo que não há como comparar pilotos de épocas diferentes. O que sabemos hoje é que Sebastien Löeb é o melhor.
Um abraço.
SAVIOMACHADO
Essa comparação com decadas passadas não é válida, falam a mesma coisa de Schumacher, "a época em que correu foi mais facil", "não tinha adversários", que fala isso é por inveja, sinceramente, o Loeb é um dos melhores pilotos que já vi correr, e não estou falando só de Rally. Se ele está na melhor equipe, é porque mereceu, e está provando o motivo de estar onde está.
Enviar um comentário