Primeiro que tudo: gostei de ver vencer Alvaro Parente esta tarde no seu primeiro fim de semana nestes carros. Ser como Julio César (Vini, Vedi, Vinci), não é para qualquer um, e demonstra uma vez mais que, não só é um predestinado para a Formula 1, como também está num bom momento de forma, pois isto acontece uma semana depois de ter ganho de forma categórica em Spa-Francochamps. E ainda por cima, aguenta outro estreante, mas este com experiência de Formula 1 e com quatro títulos da CART no bolso: Sebastien Bourdais.
Feitas as devidas distinções, vamos ao que interessa.
Nos últimos anos, está a acontecer diversas competições paralelas, com origem temática, dos quais a A1GP e a formula Superleague são os melhores exemplos. Carros monomarca e monomotora, tem como objectivo, no caso da A1GP, a competição entre nações, e no caso da formula Superleague a combinação entre automobilismo e futebol. Já houve outra interessante no passado: a GP Masters, onde se resgatavam pilotos já retirados, como Nigel Mansell, Riccardo Patrese e Emerson Fittipaldi, entre outros, e faziam-os correr uns contra os outros.
As ideias são optimas, mas particularmente não gramo a ideia de misturar futebol com automobilismo. Porquê? Não tem nada a ver. Colocar regras de Liga dos Campeões e adaptá-los ao automobilismo, quer na qualificação, quer nas corridas, tornam aquilo numa bela confusão. Para mim é incompreensivel ver alguém que tem o melhor tempo nas qualificações e não ficar na pole-position", ou então colocar os seus melhores das duas corridas numa Super-Final, francamente, não entra na minha mente automobilistica. Não entra.
Lá estive a ver as corridas na TV, esta tarde. Aqui em Portugal, foram comentadas por pessoas que se vêm que percebem de futebol e não de automobilismo, logo, foram mediocres. Cheguei ao ponto de desligar o som e ver a corrida, para assim tornar isto menos insuportável. E reparem: fiz um esforço em ver aquilo, pois à mesma hora tinha o WTCC em Oberschleben, na Alemanha. E acho que não compensou.
Feitas as contas, a Formula Superleague não me atrai. Perfiro muito melhor ver a A1GP, pois temos regras mais "automobilisticas", são nações e são carros da Ferrari. A minha não-atracção não tem a ver com o facto do meu clube (o Benfica) não estar presente (e para ser honesto, aconselhava-os a nem colocar os pés por lá), mas ver misturados alhos com bugalhos, dois mundos completamente diferentes, tem o risco de acabar como a GP Masters: aos fim de dois anos, a série foi cancelada. A A1GP parece ir pelo mesmo caminho, pois falta mês e meio para o seu eventual começo, e ainda não vi o calendário completo.
Serão estas formulas tematicamente monomarcas uma boa alternativa no automobilismo tradicional? No papel são teoricamente bem sucedidas, mas em termos práticos, o sucesso está a uma longa distância...
2 comentários:
Não gosto destas séries temáticas, também. Pelo princípio, uma categoria monomarca e monomotor dispensa bons engenheiros, jovens cabeças que pensam tecnicamente o automobilismo, o que, a longo prazo, creio ser aléfico ao esporte.
Esta mistura de regras, na tentativa de fazer os fãs de futebol se aproximarem das corridas de carro, também fracassam ao esvaziar o esporte. A corrida acaba virando um reality-show, o que é pior ainda. Acredito que há uma acomodação geral de executivos no sentido de propor novas e boas alternativas ao automobilismo... o que não é bom sinal.
Nunca gostei desta categoria, achei sempre um desperdício de dinheiro... As duas únicas corridas que vi ganhou o FC Porto!
E, não sei se mais alguém reparou, mas sem contar com os "convidados" Parente e Bourdais que deram algum entusiasmo final à corrida, creio que foi um fim-de-semana sem grandes exibições...
E realmente o facto de os comentadores terem que ir a uma cábula para conseguir dizer que o Bourdais veio da Toro Rosso é no mínimo desalentador.
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