quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A história de um chassis que nunca existiu

Titulo estranho, hein? Mas não. Como sabem, tenho um enorme fascinio sobre a história da Team Lotus. Já escrevi sobre vários chassis, dos pilotos que lá passaram, e o próprio Colin Chapman, claro. Mas hoje falo sobre um chassis que nunca viu a luz do dia: o modelo 112, que deveria ter visto a luz do dia em 1995, mas que foi vitima das convulsões que marcaram os últimos tempos da mitica equipa britânica.


Quando no final de 1990, a tabaqueira Camel retirou o seu apoio, depois de uma péssima temporada, esta ficou sem nada: motores, e patrocinio. No final desse ano, a própria equipa era dada como acabada (só para terem um exeplo, o piloto português Pedro Chaves era uma hipótese para correr lá, mas a indefinição que se vivia nessa altura fez com que se virasse para a malfadada Coloni), mas no inicio de 1991, Peter Collins e Peter Wright decidiram comprar a equipa, salvando-a de uma extinção quase certa. foram buscar um jovem rapaz da Formula 3 britânica chamado Mika Hakkinen e o inglês Julian Bailey, e aproveitaram o chassis 107, do ano anterior, para continuar a correr em 1991.



Nas duas temporadas seguintes, as coisas até correram relativamente bem, para uma equipa sem muito dinheiro: conseguiram 25 pontos nas duas temporadas seguintes, e no final de 1993, tinham conseguido um acordo com a Mugen-Honda para o fornecimento de motores a partir da temporada de 1994. Mas o dinheiro era pouco, as dividas acumulavam-se, e para piorar as coisas, o motor era pesado demais para aquele chassis. Os pilotos sucediam-se no alinhamento, que por causa de acidentes (Pedro Lamy) ou por causa vil metal (Philippe Adams). No dia a seguir ao GP de Itália, Collins e Wright pediram uma moratória para proteger a empresa dos credores, mas era como se estivessem falidos.


Por essa altura, estava a ser desenhado o chassis 112. Desenhado por Chris Murphy, é interessante ver que o carro não seguia o padrão que já começava a ser habitual, que era o dos narizes levantados. Pelo contrário, até o nariz era baixo e mais afilado do que o habitual. Contudo, o esquema da sua suspensão dianteira iria ser fora do padrão habitual... A ideia era de usar os motores Mugen-Honda, e os pilotos que o iriam guiar seriam os que tinham terminado a temporada anterior: Mika Salo e Alex Zanardi.


Mas a 17 de Janeiro de 1995, David Hunt, um homem de negócios e irmão mais novo de James Hunt (que cruiosamente, nunca guiou na Lotus) decidiu que não conseguia pagar as dívidas e fechou a equipa. O Lotus 112 nunca viu a luz do dia, excepto em modelo, e 35 anos de história chegavam ao fim. Agora, aparentemente aparece a reencarnação malaia...

1 comentário:

Germano disse...

Cheguei a ver informações sobre o 112 ter se transformado no Pacific PR02...isso é verdade?