terça-feira, 12 de julho de 2011

Desabafos ao chegar a um numero redondo

Pois é, chega a uma altura na vida onde iremos alcançar, caso tenhamos sorte, um numero redondo. Dez. Vinte. Vinte e Cinco. Trinta. Trinta e Cinco. Ficamos velhos e no meu caso, carecas. Mas a genética também explica o fato de ainda não ter ganho a "barriga de cerveja". E gosto dela, em doses bem moderadas, claro.

Chego a esta idade com alguns objetivos alcançados, mas sem chegar a outros. E estou numa fase em que me sinto numa encruzilhada, digamos assim. Gosto do que faço, mas nos últimos tempos tenho tido mais baixos do que altos. Sejamos honestos: não tenho emprego, as coisas neste país andam negras e tenho a sensação de que o futuro não apresenta nada de bom. Sempre que falo com as pessoas, só oiço que tudo está mau e não se vê o "fundo do túnel". Em suma, este país está deprimente.

Francamente, penso no que fazer da minha vida. Estou numa fase onde nada tenho, mas também nada tenho a perder. Por vezes peço dinheiro aos amigos para meter gasolina, por exemplo. Não gosto, mas tem de ser. Mas também não tenho dívidas, o que nestes tempos que correm e com aquilo que se fez nos tempos das "vacas gordas", é um feito. Aliás, sou credor de uma pessoa que me deve muito dinheiro, dois mil euros, para ser preciso.

Nos últimos dias, andei a pensar e aparentemente, tenho três opções. Posso tentar arranjar um emprego em outra área, mas nesta altura, neste pais, é muito complicado. Empregos maus, precários, arranjados em agências de emprego que por vezes simplesmente... fecham, e onde os que te empregam quase nos tratam como se fossem cães... não é bom. Há quem engula isso tudo, em nome do parco salário que ganhas no final do mês, e descobres que não dá nem para a gasolina que gastas no carro.

A segunda opção é emigrar. Depende do sítio onde queiras. Nos países ocidentais, a situação não é boa. Se for no Sudeste Asiático, Austrália ou Brasil, a história é outra, mas preciso de várias coisas: passaporte, visto de trabalho, blá, blá, blá... tudo burocracias. Mas às vezes tem de ser.

A terceira opção é uma mistura dos dois, e francamente, nem sei se irá funcionar. Como sabem, escrevo para pessoal em sites de automobilismo. Só que o problema é que é tudo "pro bono", ou seja, é de graça. Contudo, um dia cansamo-nos de escrever para lá porque perde-se a vontade. Pensem bem: para quê me esforçar se em troca não recebo nada de material? Mostrar que sou bom naquilo que faço é ótimo, mas também trabalho melhor se receber algo em troca, de perferência dinheiro.

Então, eis o que ofereço aos que me lêem por aqui, regularmente ou não: precisam de um correspondente na Europa? Cá estou eu. Podem poupar imenso ao mandar alguém do Brasil para aqui ao contratar-me. Não peço muito, pouco mais do que o salário mínimo para a gasolina e hospedagem, especialmente nas apresentações em Espanha, que no máximo, ficaria a 800 ou mil quilómetros do sitio onde vivo, e está numa distância de dez ou doze horas de carro. Ou então a uma hora de avião, e numa era de low costs um pouco por toda a Europa, deve ser mais barato do que andar de carro. E claro, menos cansativo...

Eu tenho esta mais valia. Quem me contratar receberá em troca um bom profissional, e como curriculo, apresento o meu blog e tudo aquilo que escrevo por aqui. Eu sei que numa era onde é mais cómodo escrever as noticias do escritório ou dos comunicados de imprensa dos acessores. Mas sempre aprendi que o jornalismo é mais do que isso, não é? Francamente, gosto daquilo que faço, mas também gostaria de uma boa oportunidade neste meio, e confesso que isso é uma coisa que escasseia neste tempos que correm. De uma certa maneira, é como emigrar, só que "em casa". E claro, se há alguém nacional que me queira - apesar destes tempos dificieis - também estou disponivel. Mas quero receber algo em troca. Para "pro bono", já tenho o blog e a minha colaboração no Pódium GP, do qual agradeço. Só que a partir de agora, quero ganhar para pagar as contas, digamos assim.

E pronto, este foi o meu desabafo/constatação/súplica. Sei que a luz ao final do túnel irá aparecer um dia. Mas gostaria que fosse dentro em breve, só isso.

Para finalizar, posso dizer que afinal o Facebook tem as suas vantegens. Recebi ao longo do dia os parabéns de centenas de pessoas, desde os velhos amigos do Liceu e da Universidade até aos meus amigos virtuais, que nunca conheci ou abracei de carne e osso. No meio disto tudo, até o Antti me deu os parabéns! Enfim, agradeço-vos a todos por este gesto. Quem disse que o Facebook faz isolar as pessoas do mundo real, não sabia do que falava. Bem pelo contrário.

Sem comentários: