segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Greg Moore, doze anos depois

Há precisamente dois anos, escrevia um post sobre o piloto canadiano Greg Moore, morto a 31 de outubro de 1999, antes da Noite das Bruxas e aquilo que ele representava, e os eventos que aconteceu antes e depois daquele acidente fatídico. Escrevi também que ele, piloto da Forsythe, iria para a Penske em 2000 para tentar algo que apenas Jacques Villeneuve tinha conseguido: vencer as 500 Milhas de Indianápolis e o título na CART, ou IndyCar Series.

Não o conseguiu, como é óbvio, mas deu a hipótese ao seu substituto, o brasileiro Helio Castro Neves, de conseguir esses feitos. E como sabem, ele conseguiu: venceu por três vezes e é um dos mais bem sucedidos pilotos na "Brickyard".

E nesse post, escrevi o seguinte: "Quanto a mim, ver uma morte em directo estragou-me aquela Noite das Bruxas, mas demonstrou-me que o automobilismo, por muito que façamos, continua a ser um desporto perigoso." E estamos a falar sobre isso precisamente quinze dias depois de um dos piores acidentes da história da IndyCar Series, na oval de Las Vegas, que reclamou a vida ao britânico Dan Wheldon, duas vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis.

Eu digo que o desporto é perigoso se a coisa fora uma mera fatalidade, daquele que "se tivesse aparecido um segundo depois, estaria vivo" ou "bastava ter passado um centímetro mais alto e ele tinha sobrevivido ao acidente". Henry Surtees e Ayrton Senna são dois casos que cabem nesse exemplo. E o caso de Greg Moore é o fato do carro não ter a resistência suficiente para um choque a mais de 320 km/hora.

Mas já passou algum tempo desde o acidente de Dan Wheldon, na oval de Las Vegas, e fico com aquela sensação de que estavam carros a mais naquele dia, iam rápidos demais para aquele dia e as autoridades da IndyCar parecem que deixaram a segurança de lado para apostar no espectáculo. Até que o inquérito chegar às conclusões sobre este acidente em concreto, fico com a sensação de que o acidente de Wheldon não cabe na parte da fatalidade. Não porque o carro não fosse bom - e era bom - mas há um certo protocolo que não deve ser mais repetido, digo eu.

Sem comentários: