Escrevo isto na madrugada do dia
24. Em casa, aquecido, com a minha família a dormir e uma das minhas cadelas
atrás de mim, a tentar adormecer. O Natal é tempo de paz, em comunhão com a família
e com os amigos, onde se compram e trocam presentes, em sinal de admiração,
amizade e amor, uns pelos outros. A Ceia de Natal nesta casa, tal como em toda
a típica casa portuguesa, tem de levar bacalhau, o nosso “alimento nacional” – ironicamente,
não se encontra nas nossas costas, temos de o pescar à Islândia, Noruega ou
Canadá… - e como todo e qualquer português, já estou de água na boca para o
poder comer.
Podia estar a escrever isto no
dia 31 de Dezembro, outro bom dia para refletir sobre o ano que se vai embora,
mas acho que deixo esta data para falar do ano em si. Falo mais sobre o tempo
que passou desde a última vez que fiz este tipo de reflexão, por alturas do meu
aniversário, há quase seis meses.
E nesse curto espaço de tempo,
posso dizer que a minha vida deu uma volta de 180 graus. Se não é isso, é
quase. Vamos colocar isto nos 120 graus, para ser mais justo. A minha situação
atual é quase um paradoxo, num país deprimente, onde milhares procuram por um
emprego, um trabalho decente, do qual possam ter a sua vida, pagar as contas e
procurar a felicidade nas vidas que escolheram. No meu campo pessoal, direi que
o meu “caminho das pedras” encontrou a sua luz no fundo do túnel. Esse caminho
que escolhi teve por fim a sua recompensa, um trabalho que adoro e do qual suo
a minha camisola. Pode não ser muito, mas tenho que encarar isto como um copo
meio cheio: é só o início da história.
Hoje em dia, posso dizer que tenho
dinheiro para pagar as minhas contas, e ainda tenho o “desplante” de poupar
algum a cada mês que passa, para poder acumular para outras coisas. Mais
ambiciosas, mais altas. Que desejo fazer em 2012 e nos anos seguintes. Mas isso
será revelado a seu tempo. Nesse aspecto, a minha vida é um corrupio, mas de
modo positivo.
Mas tenho consciência que este “final
feliz” de modo pessoal é mais uma excepção do que uma regra. E isso mostra que
na vida em que vivemos, nesta nossa passagem pelo planeta Terra, no nosso tempo
finito, todo e qualquer momento tem de ser vivido. Podemos detestar o fundo do
poço por ser escuro, frio e sufocante, mas é a partir dali que começamos a
subir a parede em direção da luz e do calor. E também esse momento tem de ser
vivido, pois serve de lição para o futuro. E como segredava o escravo na
carroça junto do seu amo, o imperador César Augusto, no seu desflie triunfal,
toda a glória é efémera.
Mas eu, como ser humano que sou,
quero que dure para sempre. Feliz Natal para todos.
2 comentários:
um grandioso natal pra ti, Paulo... como "primos d'álem mar, tb gostamos de uma bacalhauzinho na ceia tb... ótimo texto sobre esta data... muita sorte nas realizações e paz nos caminhos. abs!
Feliz Natal e bem-vindo a 2012
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