Um mês depois de Portugal, temos o Rali da Argentina, a segunda incursão do WRC fora da Europa. E este é o primeiro rali onde se vai experimentar um novo tipo, com classificativas longas. Pode ter 19 classificativas cronometradas, mas no total, terá 500 quilómetros, contra os 350 em média. E a mais longa terá 65,74 quilómetros, que começará no domingo, pelas oito horas locais.
Este tipo de rali assegurará certamente novos desafios para os pilotos que os vão enfrentar, mas para pilotos como Sebastien Löeb, não o fazem desanimar: “Depois da minha deceção lusitana, estou determinado a vencer, numa prova que tem um ambiente incomparável. Mais uma vez, a escolha da ordem de partida para a primeira fase do rali pode ser uma verdadeira dor de cabeça. Em Portugal tínhamos 35 quilómetros no primeiro dia e foi um risco calculado sair na frente. Na Argentina são mais de 200 logo na sexta-feira”, referiu, em declarações captadas pela Autosport portuguesa.
Daniel Elena, o monegasco navegador de Löeb, tem uma visão interessante sobre esta nova configuração do rali argentino: “O mais engraçado, se assim podemos dizer, é que esta classificativa jamais foi realizada no passado, nesta configuração, já que o percurso foi utilizado, mas sempre dividido em várias especiais. Sempre dava para descansar pelo meio”, começa por afirmar.
“As especiais argentinas podem ser muito rápidas ou muito duras e nós não sabemos muito bem o que esperar. O que é certo é que nenhum piloto conseguirá estar a 100% do primeiro ao último quilómetro. As diferenças podem ir aumentando e diminuindo, mas no final podemos ficar separados por poucos segundos. Esta classificativa não será a única a ter um papel importante, pois teremos duas passagens pelos 52 km de Asconchiga/Agua de Oro, os 39 km e Intiyaco/Golpe de Agua...”, concluiu.
Já Mikko Hirvonen, depois de um rali de Portugal que venceu na pista, mas que foi desclassificado na secretaria, deseja deixar esse mau momento para trás e conseguir um bom resultado nas Pampas: “Fico contente de alinhar em qualquer rali com a Citroën. É verdade que a Argentina é um rali à parte. O ambiente é incrível e algumas especiais, como Mina Clavero/Giulio Cesare, são diferentes de quaisquer outras. Obtive o meu melhor resultado no ano passado, quando terminei em segundo. Espero fazer pelos menos tão bem desta vez, embora esteja disposto a bater-me com os mais rápidos. Em todo o caso será um rali interessante, que tem um formato diferente e que privilegia a resistência”, afirmou.
Com a Ford a usar o espanhol Dani Sordo em substituição do lesionado Jari-Matti Latvala, a Mini tem Armindo Araujo e Paulo Nobre aos comandos, no sentido de conseguir, acima de tudo, terminar o rali e conseguir mais alguns pontos para o campeonato, ainda por cima, quando se sabe que só vai poder usar o Mini com as novas especificações a partir da Acrópole, a meio de maio.
“Apesar de ser uma prova completamente nova para nós os objectivos que traçamos são os mesmos e por isso tudo faremos para terminar entre os dez primeiros da geral. Não temos grandes referências ao nível da afinação e partiremos de uma base que nos permita andar o mais rápido possível e tentar evoluir durante os dias de prova. Sabemos que a concorrência se apresenta sempre muito forte mas vamos tentar contrariar essa tendência“, começou por dizer o piloto de Santo Tirso.
Em relação à nova realidade do rali argentino, Armindo Araujo tenta ter uma abordagem mais pragmática possivel: “Depois de no México termos sido brindados com uma especial muito extensa, na Argentina são várias as classificativas com mais de quarenta quilómetros. O rali inicia-se com dois troços enormes e logo aí será preciso não comprometer os objectivos. Sabemos que nestas situações ninguém pode ser tão rápido como nos ralis mais curtos pois a abordagem terá de ser obrigatoriamente diferente. A durabilidade dos pneus terá maior importância e poderá baralhar muito as contas. Vamos procurar um compromisso que nos garanta a possibilidade de chegar ao que pretendemos“, concluiu.
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