Confesso que ainda não consegui ler os dois livros que já foram feitos sobre Bernie Ecclestone. Mas dos que já leram, eles me contam que de facto, o "anãozinho tenebroso" nunca foi flor que se cheire. Mas o mais interessante no meio disto tudo é que Ecclestone tem uma carreira com mais de 50 anos no automobilismo, primeiro como piloto, depois como proprietário e por fim, como "capo de tutti cappi", ou seja, o patrão da Formula 1.
Se me perguntarem que ele já foi proprietário de uma equipa de formula 1, eu vos responderei que não. Na realidade, ele teve duas equipas. A primeira delas foi a Connaught, em 1958, e ele até tentou se qualificar para uma corrida, no Mónaco. Lembram-se? Enfim, essa primeira passagem pela Formula 1 foi efémera, pois abandonou-a no final daquele ano quando o piloto no qual era o seu "manager", Stuart Lewis-Evans sofreu um acidente fatal quando guiava o seu Vanwall no GP de Marrocos, a última prova daquela temporada.
Depois deste episódio, Ecclestone afastou-se do automobilismo durante grande parte da década de 60, voltando para ser o manager de outro piloto: o austriaco Jochen Rindt. E mesmo que tenha tido o mesmo destino de Lewis-Evans, em 1970, Ecclestone ficou definitivamente, ao comprar no final do ano seguinte a Brabham, sendo o seu proprietário até 1986, e depois fazer o percurso que toda a gente conhece.
Contudo, quando Ecclestone voltou à ribalta, no final dos anos 60, ele já era um homem rico. Alguns afirmavam que era demasiado rico para um mero vendedor de carros usados. Quando foi questionado, afirmou que tinha enriquecido com a venda de propriedades. Mas durante muito tempo circulou outra história...
Hoje, o jornalista Andrew Benson, da BBC, trouxe essa história, e para mim, ela não é nova porque já o ouvi há alguns meses, quando por acaso andava a ler sobre o Grande Assalto ao Comboio, que no mês que vêm vai fazer 50 anos.
A história é simples: um dos elementos do "gang" que planeou o assalto era piloto de Formula Junior, Roy James.(na foto, em 1979, após ter saido da prisão) Em 1963, ele era bem promissor, ao ponto de vencer corridas na Grã-Bretanha naquele ano. No assalto, ele seria um dos que iria guiar os carros que serviriam para escapar dali. Acabou por ser capturado no final do ano, e ficou cerca de doze anos preso, antes de tentar retomar a sua carreira na Formula Ford. Pouco depois, foi ter com Ecclestone para lhe pedir um emprego.
Contudo, quando Ecclestone voltou à ribalta, no final dos anos 60, ele já era um homem rico. Alguns afirmavam que era demasiado rico para um mero vendedor de carros usados. Quando foi questionado, afirmou que tinha enriquecido com a venda de propriedades. Mas durante muito tempo circulou outra história...
Hoje, o jornalista Andrew Benson, da BBC, trouxe essa história, e para mim, ela não é nova porque já o ouvi há alguns meses, quando por acaso andava a ler sobre o Grande Assalto ao Comboio, que no mês que vêm vai fazer 50 anos.
A história é simples: um dos elementos do "gang" que planeou o assalto era piloto de Formula Junior, Roy James.(na foto, em 1979, após ter saido da prisão) Em 1963, ele era bem promissor, ao ponto de vencer corridas na Grã-Bretanha naquele ano. No assalto, ele seria um dos que iria guiar os carros que serviriam para escapar dali. Acabou por ser capturado no final do ano, e ficou cerca de doze anos preso, antes de tentar retomar a sua carreira na Formula Ford. Pouco depois, foi ter com Ecclestone para lhe pedir um emprego.
Ele contou essa história em 2005, numa entrevista ao jornal "The Independent": "Roy era um grande amigo de Graham Hill. Quando ele saiu da prisão, ele pediu-me um emprego [na Brabham].", começou por dizer. "Não o ia dar-lhe um lugar na equipa, mas em vez disso, dei-lhe um troféu para o fazer, pois soube que tinha sido joalheiro. Ele fez um troféu que é dado todos os anos aos melhores promotores de Grande Prémio. Eles não sabem que estão a receber um objeto que foi feito por um dos integrantes do Grande Assalto".
Roy James acabou por morrer em 1997, vítima de um ataque cardíaco. Contudo, há quem jure a pés juntos que os carros que foram usados nesse assalto vieram de um concessionário que era propriedade de Ecclestone. E que pouco tempo depois, ele venderia esse local. Uma coisa é certa: Ecclestone nunca teve muito trabalho - ou nunca pensou verdadeiramente - em desmentir os rumores sobre esse caso, que andaram a vagar durante mais de 40 anos, até aos dias de hoje.
Aliás, sobre isso, nessa mesma entrevista deixou uma frase enigmática: "Não havia dinheiro suficiente nesse comboio. E se fosse eu a planear o assalto, teria feito bastante melhor". Uma coisa é certa, Bernie adora uma boa história e tudo isto serve para que falem sobre ele. Não há nada como publicidade, boa ou má...
Aliás, sobre isso, nessa mesma entrevista deixou uma frase enigmática: "Não havia dinheiro suficiente nesse comboio. E se fosse eu a planear o assalto, teria feito bastante melhor". Uma coisa é certa, Bernie adora uma boa história e tudo isto serve para que falem sobre ele. Não há nada como publicidade, boa ou má...
2 comentários:
Bernie é tudo isto e muito mais.
A despeito de tudo que já fez de errado, e foi muita coisa, devemos a ele a F1 moderna.
Se ficasse nas mãos dos grupos que o antecederam, não existiria mais ou seria algo tão inócuo quanto a Indy é hoje.
Bom artigo, obrigado!
Por muito que não se goste deste senhor, a história dele é incontornável na F1.
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