Precisou de 107 ralis, 34 pódios e mais de 120 classificativas para finalmente, aos 30 anos de idade, Dani Sordo saber o que é estar no lugar mais alto do pódio de uma prova do WRC. Foi na Alemanha, e numa altura em que o seu lugar parecia estar em perigo, dias depois de saber que iria ser substituído por Kris Meeke no Rali da Austrália.
Contudo, foi uma vitória dura, e de uma certa forma, à custa dos azares dos outros, pois os Volkswagens pilotados por Sebastien Ogier e Jari-Matti Latvala sofreram despistes e Thierry Neuville, no seu Ford Fiesta, teve alguns problemas, bem aproveitados por um sordo que nunca esteve longe e que esteve sempre na luta.
E a sua vitória foi largamente celebrada e comemorada. Testemunha disso foi o fotógrafo português André Lavadinho, que contou o seguinte à Autosport portuguesa: "O pai do Sordo que esteve presente em todos os sítios possíveis, chorou como uma criança no final da Power Stage e agarrou o filho com muita força. Eram aqueles braços que Sordo precisava depois de estar no limite durante o fim de semana! Uma verdadeira demonstração do apoio necessário que as famílias tem de dar aos pilotos e claro do orgulho de um pai, e de um momento inesquecível!"
No último dia do Rali da Alemanha, não houve alterações na classificação geral. A grande duvida era saber se Thierry Neuville poderia apanhar e passar Dani Sordo, mas na penultima classificativa, um despiste deitou tudo a perder, perdendo quase um minuto, mas não o segundo lugar.
Mesmo assim Neuville era um piloto satisfeito: "Este foi um fim de semana incrível e eu sinto que provei muito, mesmo que tenha perdido a vitória. A batalha com o Dani Sordo me fez recordar algumas lutas que costumava ter no IRC! O Nicolas (Gilsoul, co-piloto) e eu decidimos que iríamos lutar até ao fim, mas o penúltimo troço estava muito mais sujo do que eu esperava e cometi um erro que me custou dois segundos. No último, dei tudo para recuperar o tempo que havia perdido e tentei vencer, na frente de todos os nossos apoiantes. Os tempos intermédios mostraram que a abordagem estava correta, mas depois de sair da floresta, confundi uma curva rápida à esquerda nas vinhas e saí de estrada. No momento em que Nicolas anunciou a nota, já era tarde demais. Felizmente, fomos capazes de voltar à estrada sem perder a posição.", afirmou.
Na Power Stage, Sebastien Ogier conseguiu os três pontos referentes à vitória, apesar de ter acabado no 17º posto da geral. Mikko Hirvonen fechou o pódio, mas os lugares a seguir revelaram que o rali alemão recompensa os que são velozes e conseguem manter o carro na estrada: Martin Prokop foi o quarto, igualando o seu melhor resultado de sempre no WRC, na frente do polaco Robert Kubica, que, em pisos de asfalto, demonstra ser um excelente piloto e após a sua terceira vitória no WRC2, após uma dura batalha com o galês Elfyn Evans, que acabou no sexto posto. O polaco é agora o lider da categoria.
Jari-Matti Latvala acabou no sétimo posto, muito pouco para quem tinha tudo para vencer, e ainda por cima, foi terceiro na Power Stage, atrás de Dani Sordo. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram Haydon Paddon, num Skoda Fabia S2000, Mads Ostberg e Evgueny Novikov, ambos no Ford Fiesta oficial.
Agora, máquinas e pilotos rumarão à Austrália, para entre 13 e 15 de setembro, fazer em Coffs Harbour o rali local.
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