Todos os anos, parece que o que faz Pastor Maldonado torna-se numa saga. Acho que a razão principal dessa obsessão - geral, não é só minha - trata-se de saber como é que um "pé pesado" com muito dinheiro se torna numa "hot commodity" na Formula 1. Especialmente quando se sabe que a sua agressividade é mais destruidora do que vencedora.
Desde que se soube que Maldonado iria sair da Williams, onde conseguiu apenas um ponto nesta temporada - depois de ter vencido uma corrida em 2012 - toda a gente quer saber onde é que ele (e os 50 milhões de dólares da PDVSA) vão parar. O mais óbvio é a Lotus, e ontem, o blog do Flávio Gomes mostrou uma foto - que ilustra este post, tirado por Philippe Ambrósio - onde se vê Maldonado na boxe da equipa de Enstone, com Nicolas Todt e Eric Boullier ao lado. Apesar da marca ter dado dez dias à Quantum para confirmar o negócio, eles estão convencido que vai ser o "plano B" que vai acontecer.
Contudo, outros rumores surgiram por estes dias, indicando que o venezuelano poderá escolher... outro destino. Quem conta isso é outro brasileiro, o José Inácio Pilar, que afirma ter ouvido o "zumzum" de que ele está a falar com Monisha Kalternborn, da Sauber, no sentido de ficar com o lugar que será vago, em principio, por Nico Hulkenberg. A razão para isso nem é o "plano B" de Maldonado - caso a Quantum chegue com o dinheiro e fique com Nico Hulkenberg - mas sim porque a marca de Enstone vive tempos de sangria em termos técnicos. E está a tentar convencer Caracas de que o dinheiro estaria melhor em Hinwill, a sede da Sauber.
Essa noticia da "sangria" técnica e interessante, e plausível. Soube que, por exemplo, o acordo entre a Lotus e a Caterham para que esta última cedesse o Heikki Kovalainen passou também pela cedência de alguns engenheiros e técnicos da Lotus à marca de Leafiled, para ajudar a construir o carro de 2014, e ver se consegue marcar os seus primeiros pontos na Formula 1, agora com esta nova era Turbo. E como se sabe, por ali, além dos investimentos, há também uma associação com a Alpine, no campo dos carros de estrada, o que ajuda a suportar melhor o pagamento dos motores Renault, que irão continuar a receber.
Mas o convencimento de Maldonado está barrado por uma razão: aparentemente, a PDVSA e a Total já chegaram a um acordo de colaboração para 2014 na Lotus, e os acordos não existem para ser quebrados. Logo, o venezuelano já não pode escapar a uma temporada em Enstone... a não ser que quebre o cordão umbilical com a "pátria". E também têm concorrência na Sauber: Sérgio Perez poderá tentar voltar para a marca que o ajudou a colocá-lo na Formula 1, em 2011, e ainda têm o rumor de que o brasileiro Felipe Nasr está a tentar entrar lá com o dinheiro do Banco do Brasil. O interessante é que com tudo isso, já não se ouve mais os falatórios referentes aos russos e à chegada do jovem Serguei Sirotkin.
Em suma: já se sabia que este defeso seria agitado, mas as reviravoltas poderão ser maiores do que se imagina... mas acho que o "Brutamontes de Caracas" vai ser piloto da Lotus em 2014, como há muito fala o competente Américo Teixeira Jr.
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