Eu já disse isto num destes "Dias de São Gilles e São René": que nunca uma corrida teve um vencedor tão subestimado. Ainda por cima, um vencedor que tinha alcançado algo incrível na história da Formula 1: o primeiro piloto a vencer com um carro com motor Turbo. E mais do que isso, pois falamos de um piloto francês, num carro francês, com pneus franceses e motor francês. E isso, em 1979, era único.
Para melhorar isso, a vitória de Jabouille e da Renault acontecia quase dois anos após a sua estreia em Silverstone. Os críticos, especialmente os britânicos gozavam com eles, chamando ao carro de "chaleira amarela", e pessoas como Bernie Ecclestone, então o patrão da Brabham, tinham declarado prematuramente o fracasso do motor Turbo. Poucos meses depois, já falava com a BMW para que fizesse um motor de 4 cilindros em linha para colocar nos seus carros...
Mas azar dos azares, Jean-Pierre Jabouille alcançou a sua primeira vitória na pior altura possível. Porque as câmaras da televisão francesa andaram a parte final da corrida a captar as imagens do segundo e terceiro classificado, o Ferrari de Gilles Villeneuve e o segundo Renault de René Arnoux. O francês queria fazer a dobradinha para a Renault, e o canadiano queria mostrar que o seu flat-12 ainda era superior aos V6 Turbo. Mas no final, aquela luta mítica não era perfeita: o motor de Arnoux tinha um problema no seu Turbo que impedia de dar a devida potência.
Mas houve males que vieram por bem. Aquele momento ficou para a história.
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