O assunto desta sexta-feira foi a noticia da dispensa de Kevin Magnussen da McLaren, depois de um ano em que foi o terceiro piloto da marca, à excepção da prova de abertura do Mundial, na Austrália, onde substituiu Fernando Alonso. Mal aqueceu o lugar, pois apenas fez a volta de aquecimento, desistindo devido a um dos muitos problemas que apoquentou o McLaren-Honda. De uma certa maneira, até se livrou de algo prejudicial na sua carreira, mas Ron Dennis foi mais cruel: o despedimento aconteceu no dia em que comemorava o seu aniversário. A ser verdade, então foi dispensado há dez dias, pois faz anos a 5 de outubro.
"Estava meio que à espera para os ouvir. Não recebi nada deles durante alguns dias e após à volta de uma semana, vi um email da assistente pessoal do Ron, a Justine, na minha caixa de entrada, e eu fiquei com uma idéia do que poderia ser. Foi um parágrafo curto explicando que não haveria nada para mim no futuro. E para te ser honesto, chegou no dia do meu aniversário", comentou Magnussen ao site motorsport.com
Não há substituto oficial, mas o rumor que corre é vai ser o novo campeão da GP2, o belga Stoffel Vandoorne.
Pode ser uma má noticia para o dinamarquês de 23 anos, que foi piloto oficial na temporada de 2014, ao lado de Jenson Button. apesar de ter feito uma temporada digna - o seu melhor resultado foi um segundo lugar na Austrália - os seus 55 pontos foram poucos, comparados com os 129 que Jenson Button alcançou nessa temporada. E foi chato, pois o britânico é doze anos mais velho do que o filho de Jan Magnussen.
Curiosamente, a noticia do seu despedimento acontece vinte anos depois do seu pai ter-se estreado na Formula 1 a bordo de um... McLaren, em Aida, em substituição de Mika Hakkinen, que estava ausente devido a uma apendicite. Cumpriu o seu objetivo e acabou na décima posição. Ao longo do inverno de 2014, corriam rumores que Dennis andou pela Dinamarca, procurando por patrocinadores locais, mas acabou por não dar em nada. E que ele queria que Button se reformasse para que Magnussen pudesse andar ao lado de Fernando Alonso, mas pelos vistos, até que aquele carro não teria sido o ideal para a sua carreira.
Por incrivel que pareça, esta saída da McLaren até o poderá colocar no mercado, mesmo numa Formula 1 que é conhecida por ser estreita e que gosta de endinheirados. Magnussen Jr. tem talento (venceu a World Series by Renault em 2013, batendo António Félix da Costa e... Stoffel Vandoorne) e parece ter a cabeça mais arrumada que o seu pai. E ele mesmo diz que poderá haver chances de guiar em 2016. Eu tenho ideia de duas, pelo menos: Manor e Lotus. Porque a Haas já tem tudo acordado com Esteban Gutierrez...
E ainda por cima, Magnussen livra-se de uma equipa que neste momento está nas ruas da amargura, graças aos motores Honda. E há um risco real - já expliquei isso aqui no passado dia 7 - de que o inferno poderá continuar em 2016, pois as atualizações poderão não estar prontas a tempo...
Mesmo que Magnussen fique "a pé" em termos de Formula 1, o talento que ele têm poderá ser o suficiente para que corra noutras categorias. Endurance - numa equipa oficial de LMP1, por exemplo - Formula E ou até a IndyCar até podem ser boas alternativas para ele, mas creio que ele, neste momento, nem está muito preocupado com isso. Ele sabe que lugar para correr, não lhe faltará. E até pode ser que esteja mais aliviado por sair de Woking, onde por estes dias parece ser mais um lugar... a evitar.
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