Scott Stoddard, piloto da Jordan-BRM, durante a temporada de 1966 retratada no filme "Grand Prix", realizado por John Frankenheimer. Brian Bedford, o ator britânico que interpretada o piloto escocês que tinha cara de Jim Clark, mas corria com o capacete de Jackie Stewart, morreu esta quinta-feira aos 80 anos de idade, em Santa Barbara, na California, onde já vivia há mais de 40 anos, tendo até adquirido a cidadania americana.
Bedford era um ator com um vasto reportório "shakesperiano", mas o papel de Sttodard foi aquele do qual se tornou mais famoso. E apareceu mesmo no inicio da sua carreira, aos 31 anos de idade.
Em 2016, comemora-se o 50º aniversário da realização de um dos filmes mais conhecidos de automobilismo da história do cinema. E este é até agora o único que rendeu Óscares, três no total, em áreas técnicas. A banda sonora é deveras conhecida, e os atores também: James Garner era Pete Aron, Yves Montand era Jean-Pierre Sarti, piloto da Manetta (Ferrari) e Toshiro Mifune era Izo Yamura, baseado na personagem de Sohichiro Honda.
A filmagem foi uma saga dentro de uma saga. Os carros tinham como base modelos de Formula 3, Phil Hill era um dos pilotos que serviu como conselheiro no filme, com cenas nos locais dos Grandes Prémios (Monaco, Spa-Francochamps, Charade, Brands Hatch, Monza) e claro, outros pilotos reais andavam por lá, como Graham Hill, Bruce McLaren, Dan Gurney e Jack Brabham, entre outros.
A habilidade dos atores em relação a pilotar carros velozes variava: Bedford não guiava (!) e é por isso que se vê ele totalmente protegido nas cenas de corrida, Antonio Sabato (que interpretava Nino Barlini), era nervoso e lento, Montand assustou-se e tinha de ser rebocado, e Garner era tão bom que depois tentou uma pequena carreira automobilística, nas Bajas, à semelhança de outro amigo chegado, Steve McQueen. Algumas das cenas foram enquadradas por Bernard Cahier, um dos miticos fotógrafos de Grande Prémio.
E tudo isto acontecia enquanto que McQueen e John Sturgis tentavam levar adiante um projeto paralelo, "The Day of the Champion", com ambiente no Nurburgring Nordschleife. Apesar de terem entregue cenas filmadas no circuito alemão, o filme acabou por não ir adiante. E foi por causa de não ter feito este filme que McQueen, o ávido ator que queria ser piloto, mergulhou de cabeça no projeto "Le Mans".
No final, depois de Grand Prix e Le Mans, Hollywood só fez mais dois ou três filmes automobilísticos, com sucesso variável. Se falamos de "Dias de Tempestade" com alguma luz favorável, já o "Driven" é o desastre conhecido. Só em 2013, com "Rush", é que parece que Hollywood voltou a interessar-se por automobilismo.
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