Hoje em dia, existe na televisão um programa de seu nome “Mil Maneiras de morrer”, onde se mostram todo o tipo de mortes estranhas, de maneiras totalmente bizarras. Caso algum dia se interessarem em mortes desportivas, certamente este seria um forte candidato, pois ele esteve no local errado à hora errada, quando assistia a um rali e foi atropelado por outro concorrente. Apesar de uma carreira pequena e interessante, com quatro pódios, é mais lembrado pelo seu bizarro fim, em Monte Carlo, como espectador. No dia em que se completariam 55 anos sobre o seu nascimento, hoje falo de Lars-Erik Torph.
Nascido a 11 de janeiro de 1961 em Säffle, na Suécia, Torph começou cedo a participar em ralis, fazendo a sua estreia em 1980, aos 19 anos, com um Volvo 142, no rali local, fazendo o mesmo mais tarde no Rali dos Mil Lagos. Em ambos os eventos, ele não chegou ao fim. Nos anos seguintes, usou alguns carros como o Opel Ascona, onde conseguiu os seus primeiros pontos, acabando no quinto lugar no Rali da Suécia. No ano seguinte, num Volkswagen Golf GTI de Grupo A, acabou o rali dos Mil Lagos na nona posição.
Essas performances foram mais do que suficientes para que em 1986 passasse a ser piloto oficial da Toyota, que usava o modelo Celica TCT de Grupo A, participando no Rali Safari e da Costa do Marfim, acabando ambos no segundo posto, perdendo apenas para Bjorn Waldegaard. Ainda participou no Rally Olympus, nos Estados Unidos, acabando no quarto posto. Contudo, esta participação apenas em três ralis foi mais do que suficiente para ser quinto classificado no campeonato desse ano.
Em 1987, Torph correu em três provas pela Toyota, num modelo Supra, mais o rali local a bordo de um Audi 80 Quattro. Na Suécia, acabou na 11ª posição, fora dos pontos, enquanto que no Safari, ficou na terceira posição, atrás de Walter Rohrl e Hannu Mikkola, apesar de ter estado doente ao longo do rali, com uma febre persistente. Na Costa do Marfim, estava a caminho de um bom resultado, quando um avião que levava três elementos da TTE, entre os quais o seu diretor, Henry Liddon, caiu, matando-os. Ove Andersson, que era o diretor técnico da marca, decidiu retirar os carros do rali, em sinal de luto.
Para a temporada de 1988, Torph Tinha se inscrito para o Rali da Suécia com um Audi Coupé Quattro, ao lado da sua navegadora Tina Thorner. O seu desempenho levou a chegassem no terceiro posto, conseguindo o seu quarto pódio da sua carreira. Mais parte, participou no Rali Safari ao volante de um Volkswagen Golf GTi, mas acabou por desistir, vitima de um problema de motor.
A temporada de 1989 começou na Suécia, nos primeiros dias do ano, onde Torph iria guiar um Audi Coupé Quattro pela Team VAG Sweden, mas o seu rali acabou mais cedo devido a problemas de ignição. No final desse mês era o rali de Monte Carlo, numa das poucas vezes em que não abriu o Mundial de ralis. Torph e o seu navegador, Bertil-Ruhne Rehnfeldt, estavam a assistir o seu compatriota Frederik Skoghag, sendo seus batedores para um rali que tinha superfícies de gelo.
A 23 de janeiro de 1989, o Rali de Monte Carlo já se encontrava na sua quinta especial quando ambos assistiam a passagem do rali numa curva, que vinha após um pequeno salto. O dia estava claro, mas havia alguma neve e gelo no asfalto, o que fazia com que os pilotos fizessem aquele local com alguma prudência. Contudo, quando passou o Lancia Delta de Alessandro Fiorio (filho de Cesare Fiorio, então o diretor desportivo da Lancia) que perdeu o controlo do seu Delta 4WD após o tal salto, seguindo em frente e caindo na valeta, precisamente no local onde estavam Torph e Rehnfeldt. Ambos tiveram morte imediata, e Torph tinha comemorado o seu 28º aniversário precisamente doze dias antes.
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