O Dakar 2016 arranca hoje com o Prólogo, em Buenos Aires, mas parece que não há garantias da sua continuidade na América do Sul nos anos seguintes. Depois de sabermos que esta edição teve de ser alterada a meio do caminho quando Peru e Chile desistiram de o ter por causa dos prejuízos causados pelo "El Niño", ficando a Bolivia com boa parte dessa despesa, as garantias de que a Argentina poderá continuar após este ano não estão cobertas, agora que há novo governo em Buenos Aires. Assim sendo, o regresso a África é algo do qual a ASO anda a pensar desde há algum tempo.
Segundo conta numa entrevista publicada hoje no jornal Marca, Etiénne Lavigne, o diretor do Dakar, considera um regresso a África, nomeadamente na parte sul, e confidenciou que andou a conversar com as autoridades angolanas em 2014, com a ideia de fazer um rali que começaria em Luanda e acabaria na Cidade do Cabo.
"No sul de África Angola, Namíbia e África do Sul, há terrenos para montar este tipo de competição", começou por declarar o director de corrida. "Estamos a falar há dois anos com Luanda, a capital da Angola. A geografia do continente permite fazer a prova. No norte de África é impossível devido à situação política", concluiu.
De facto, a imprensa angolana afirmou no inicio de 2014 que a organização pensava fazer um rali trans-nacional, com a ajuda do Ministério da Juventude e Desportos. O projeto foi apresentado em setembro desse ano, mas até então não se tem ouvido falar mais nada. Para piorar as coisas, a situação económica do país, altamente dependente do petróleo, fez com que o interesse possa ter arrefecido.
Já Marc Coma, agora o diretor desportivo da competição, afirmou que apesar de faltar muito por descobrir na América do Sul, o rali tem uma origem africana, do qual não pode ser negligenciado. "O Dakar tem sido uma carreira em constante evolução e estabeleceu-se na América do Sul de uma forma que ninguém poderia imaginar em 2009", afirmou. "Há muito para descobrir por aqui, mas também é verdade que as origens do Dakar estão em África, e em algum momento, se existir uma situação no qual pode ser levantado de novo [voltaremos], mas, no momento, infelizmente, não é possível", concluiu.
Resta saber como vão ser as coisas a partir de 2017, mas aparentemente, tudo está em cima da mesa.
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